Assim como acontece com saias e vestidos, existem diferentes tipos de calças que possuem variações no seu comprimento. Além do comprimento, pode-se pensar em diferenças também na altura da cintura e de modelagem, tanto com relação ao gancho (mais caído ou mais ajustado) como em relação a largura da perna, por exemplo. São inúmeras as combinações que se pode fazer na criação de modelos de calças e bermudas, os chamados bottons.
A ilustração abaixo ajuda a entender onde cada comprimento se localiza no manequim, de que forma representar esses comprimentos no desenho técnico e também no desenho de moda. Como em qualquer outra nomenclatura da área da moda, os nomes de cada tipo podem variar de acordo com a região em que nos encontramos. Além disso, muitas palavras tem origem estrangeira, seja francesa, inglesa, italiana, etc... Então é sempre bom adequar a linguagem das descrições das peças ao vocabulário local.
Outra variação importante não só nos diferentes tipos de calças, mas também em saias, é a altura da cintura. Há sempre diversas opções de altura no mercado, mas na última década a maior parte dos estilistas tem mantido a cintura mais próxima da cintura anatômica. Em jeans ainda é comum encontrar calças e saias de cintura baixa, mas o mais comum são as cinturas médias com cós anatômico proporcionando mais conforto e liberdade de movimento. As cinturas altas são menos comuns, mas aparecem vez ou outra em calças e saias de alfaiataria, por exemplo.
O restante da modelagem de calças e bermudas, ou seja, a largura da perna e os detalhes como pregas, vincos, fechamento e bainha vão determinar (juntamente com a altura da cintura e comprimento) o modelo que estamos propondo. Nos desfiles de Outono 2014 do Hemisfério Norte, duas calças chamam a atenção: a cigarette e a culottes. A cigarette já virou um clássico da alfaiataria, ajustada de cima abaixo de cintura média ou alta, com friso frontal.
Pode ter abertura na lateral na altura da bainha para facilitar a passagem dos pés na perna justa, ou zíper invisível com a mesma função. Já a culottes (ou saia-calça como era conhecida algumas décadas atrás) vem na onda das peças cropped, ou seja, encurtadas. Esta calça tem comprimento entre a Capri e a Toreador, modelagem ampla, cintura média ou normal, podendo ter vinco e/ou pregas frontais e bolsos. Pode vir em tecidos mais estruturados em estilo alfaiataria ou em tecidos mais fluidos parecendo mesmo uma saia.
A dica para criação das calças, como para qualquer item da nossa coleção, é conhecer o consumidor. Assim podemos propor peças de acordo com as propostas das semanas de moda sim, mas atendam o gosto do nosso cliente. A cigarette costuma ser bem aceita, é fácil de combinar com outras peças da coleção e vai bem tanto em dias quentes como em dias mais fresquinhos. Já a culotte precisa ser bem pensada, as de tecido mais leve tem mais chances de serem bem aceitas aqui no Hemisfério Sul, justamente por lembrarem a silhueta da saia e terem a praticidade da calça. Boa criação!
Por Ananda Sophie
Mestranda em Design Estratégico e Professora na Universidade Feevale
Fontes:
ABLING, Bina. Fashion Sketchbook. New York: Fairchild Publications, 2007.
LEITE, Adriana Sampaio; VELLOSO, Marta Delgado. Desenho técnico de roupa feminina. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2011.
Publicado em: http://textileindustry.ning.com/
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