quinta-feira, 28 de novembro de 2013

A História das Camisas


A camisa é um item essencial do nosso guarda-roupa mas não foi sempre assim.  
A camisa ou chemise, desde o século IV, era usada por baixo das peça. Os tecidos das roupas superiores eram muito ricos, bordados com ouro, prata e pedras preciosas, e por isso não dava para lavá-los. A camisa era usada por baixo dessas peças nobres para evitar que sujassem e isso foi até o século XIX, onde as camisas não passavam de peças íntimas e ficavam ocultas embaixo de trajes, exceto pelo colarinho e punhos, que vinham expostos. Camisas com colarinhos delicados eram 
usadas para a prática de esportes, como o críquete, no final deste mesmo século, e com isso gradualmente as camisas foram se tornando mais visíveis.


As camisas evoluíram de acordo com uma necessidade prática. Inicialmente, elas se baseavam nas camisas masculinas e eram feitas de tecidos mais finos e modeladas para exibir uma figura moldada pelo espartilho. 
Ao longo do século XX, os estilos predominantes foram o da camisa social com colarinho e o da camisa com mangas bufantes e românticas. Os estilistas continuam explorando essas formas, buscando inspiração em outras culturas e na desconstrução.

Fonte: www.dudalinafeminina.com.br

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Para Paulo Borges, idealizador do SPFW, problema da moda brasileira não é estilo, é preço

A alta tributação no setor têxtil impede que a moda do País seja competitiva no mercado mundial em termos de custo.

Paulo Borges, idealizador do SPFW: para o empresário, falta incentivo do governo para o setor
Se nas passarelas os negócios em torno do São Paulo Fashion Week (SPFW), que começa na segunda-feira (28), mostram que o momento para a moda é favorável e atrai cada vez mais marcas, o mesmo não se pode dizer do desempenho das vendas da moda brasileira em relação aos importados , principalmente os chineses. Boa parte do problema segundo Paulo Borges, CEO do grupo Luminosidade e idealizador do evento, está no elevado volume de impostos que encarece os produtos e atrapalham tanto a competitividade no mercado interno quanto as exportações. “O grande problema que o Brasil enfrenta é o custo. A gente tem uma produção limitada e que custa muito caro. Como é que você vai exportar? Não é questão de estilo, é uma questão de preço”, observa ele.

Segundo Paulo Borges, apesar da economia do País ter passado por uma oscilação, ela continua forte e o varejo não foi afetado. "Se falou neste ano que a moda está em crise, mas não está. O varejo está crescendo”, diz ele. Dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostram que as vendas do comércio varejista aumentaram 1,83% em setembro . No acumulado do ano, a alta passa para 4,42% na comparação com janeiro a setembro de 2012.

“O que está em crise é o processo [de produção], que não se transforma como deveria”, comenta o empresário. “A gente está falando aí de reforma tributária e reforma trabalhista. O encargo na mão de obra [brasileira] é um crime. (...) E esse não é um problema só da moda”, completa. Borges, que esteve recentemente nos Estados Unidos, faz uma comparação entre o preço de uma garrafa de água lá e uma aqui. “Um fardo de água com 32 garrafinhas era US$ 3. No Brasil, a gente estaria comprando isso por US$ 30. Esse é o problema”, avalia.

No entanto, Borges observa que a complexidade da indústria têxtil piora a situação em relação a outros setores. Como a vestimenta passa por diversas empresas durante sua produção, desde a confecção do tecido até a produção da peça e a venda do produto final no varejo, a cobrança de impostos acaba sendo maior. “A moda é um network [do inglês, cadeia de trabalho] tão grande e isso vai ‘bi-tributando’, ‘tri-tributando’. Na hora em que a pessoa vende a conta não fecha, então cobra mais caro”, diz ele, que também culpa o alto custo da produção pela falta de inovação das empresas.

De acordo com Paulo Borges, a moda também enfrenta desvantagem quando se trata de incentivo do governo, ao contrário do que aconteceu com a indústria automobilística e de eletrodoméstico, com a redução temporária do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). “A gente cobra isso o tempo todo e não tem resposta. Essa é a grande incógnita”, fala ele.

Na manhã da última quarta-feira (23), trabalhadores do setor têxtil se reuniram em frente ao Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, onde aconteceu a Feira Internacional de Produtos Têxteis, para protestar contra o aumento das importações , principalmente da China e da Índia, e o aumento das demissões em virtude do fechamento de fábricas. Em nota, o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, afirma que “o Brasil precisa urgentemente se tornar um País competitivo para não se desindustrializar”.

SPFW tem novos parceiros

A semana de moda paulistana anunciou na última quarta-feira (23) as parcerias com a operadora da maior rede de comércio digital do mundo, o eBay, e com a empresa de TV via satélite, Sky. De acordo com o idealizador do evento de moda, Paulo Borges, a medida visa “a construção da cultura de moda e percepção de moda enquanto negócio”.

O eBay escolheu o SPFW para lançar oficialmente sua chegada ao País. “Para eles, [o SPFW] é a grande plataforma de difusão da moda, e a gente está trazendo com isso uma inovação para o mercado brasileiro”, comenta Borges.

Já a Sky, que transmitirá conteúdo do São Paulo Fashion Week em sua programação durante seis meses para seus assinantes, conta com um histórico no evento. “Antes de ser Sky, ela era DirecTV, que foi patrocinadora do SPFW por muitos anos, então para nós é um retorno”, conta o empresário.

Com o tema “Deslocamentos”, a 36ª edição do SPFW acontece entre os próximos dias 28 e 1º de novembro, no Parque Villa-Lobos, zona Oeste de São Paulo.

Via Murilo Aguiar - IG São Paulo

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Indústria do luxo "cai na real" no Brasil

Para as grandes marcas, altos tributos e crescimento menor da economia dificultam a entrada e a expansão dos negócios no país.

Loja da Hugo Boss do Shopping JK Iguatemi - São Paulo
O mercado brasileiro de luxo, que nos últimos anos se tornou uma alternativa significativa para as grandes marcas internacionais, tem apresentado resultados mais tímidos do que o planejado.

O setor é um dos únicos que cresce acima da média da macroeconomia mundial, com alta de 10% no último ano, de acordo com a consultoria Bain & Company. Para o Brasil, a previsão é de que o mercado de luxo cresça 25% entre 2013 até 2017.

Segundo pesquisa realizada pela La Clé, consultoria expecializada em luxo, a classe A brasileira gasta em média R$ 3,5 mil por mês com roupas e bens pessoais. Apesar do valor alto, algumas empresas de luxo têm dificuldades para expandir suas operações no Brasil.

Em 2012, foi possível verificar uma aposta alta do setor de luxo no Brasil, com o desembarque de diversas marcas inéditas, como a Lanvin, Balenciaga e a Goyard, devido à abertura do Shopping JK Iguatemi, em São Paulo.

Especialista em mercado de luxo e diretor da Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Silvio Passarelli explica que as marcas que se instalaram no Brasil no último ano estão mais realistas quanto a seus planos. Entre as razões estão a taxa de crescimento menor da economia e o alto imposto de importação, que faz uma peça de roupa, por exemplo, ficar em média 35% mais cara. Além deste, são cobrados outros impostos, como o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS/Cofins e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o que infla o preço do produto em até três vezes em comparação ao original.

Segundo Rafael Castello, diretor da Hugo Boss no Brasil, marca de roupas e acessórios de luxo presente em cerca de 125 países e que conta com 11 lojas no País, os entraves tributários prejudicam o crescimento local. "A alta tributação é uma punição imposta pelo governo ao consumidor brasileiro, que poderia ter maior acesso ao consumo de luxo, caso tivéssemos preços equivalentes aos da Europa e América do Norte", diz Rafael. Ainda assim, a empresa confia que o mercado de luxo brasileiro continuará a crescer.

Já para Hélio Bork, representante da Bang&Olufsen no Brasil, marca de luxo dinamarquesa de produtos de áudio e vídeo, as expectativas da marca ao vir para o País foram muito maiores do que os objetivos alcançados. “As dificuldades operacionais e tributárias do Brasil frustram todos os investimentos externos”, declara Bork. “Parece que todo o otimismo do passado recente foi absorvido pela enorme sede do governo em arrecadar mais”, diz o executivo.

No entanto, a empresa planeja uma mudança de estratégia para se adaptar ao atual cenário da economia e aos tributos sobre produtos importados e recentemente abriu mais uma loja em São Paulo, no Shopping JK Iguatemi. “A fábrica, em sua essência, acredita que o Brasil voltará para o caminho bom”, declara Hélio Bork.

CONSUMIDORES FOGEM DAS TAXAS

Enquanto as previsões para o mercado de luxo no País continuam acima da média, os gastos dos brasileiros no exterior atingiram US$ 22,233 bilhões em 2012, valor recorde desde o início da série histórica iniciada em 1947, segundo levantamento do Banco Central.

Parte do dinheiro gasto no exterior poderia ter circulado no Brasil se os impostos para os itens de luxo diminuíssem. Para Daniela Daud Maluf, diretora da consultoria de mercado de luxo La Clé, os consumidores da classe A sabem que pagam no mínimo 30% mais caro nos produtos de luxo no Brasil. “Lojas aqui tem todas, agora os consumidores querem pagar o mesmo preço que pagariam lá fora”, declara Daniela.

Segundo pesquisa realizada com mais de 200 mulheres com renda mensal acima de R$ 30 mil, as compras mais caras são realizadas no exterior. “A consumidora de luxo [que viaja para o exterior de 2 a 3 vezes por ano em média] compra no Brasil em situações de necessidade pontual. Ela não vai viajar apenas para comprar um sapato, então gasta aqui. [Mas] Ela tem consciência de que está pagando mais caro e reclama”, afirma Daniela.

Para contornar a situação e manter uma cartela de clientes que aceitem pagar mais caro aqui pelos produtos que poderiam comprar durante viagens internacionais, as marcas de luxo apostam em um serviço diferenciado. “Apostamos nos serviços como cafezinho, champanhe, concierge, embalagem, entrega em casa e um lugar reservado na loja para que ele possa fazer sua compra com privacidade”, explica a diretora geral da joalheria de luxo Tiffany & Co. no Brasil, Luciana Marsicano.

Loja da joalheria Tiffany, no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo.

Outro atrativo para o consumo de itens de luxo no Brasil é a possibilidade de parcelamento do pagamento. “As únicas lojas da Tiffany pelo mundo que fazem parcelamento são as lojas do Brasil”, afirma Luciana.

Rafael Castello, diretor da Hugo Boss no País, concorda com Luciana: "O parcelamento é um grande facilitador para que um consumidor ingresse no mundo das marcas de luxo. Mesmo que um item não esteja no seu alcance financeiro para uma compra à vista, quando parcelado ele torna-se palpável sem necessariamente comprometer suas finanças".

Para Luciana, o sentimento continua positivo em relação ao País. “Acreditamos no potencial do mercado brasileiro. Este ano mesmo vamos abrir nossa quinta loja no Brasil – a primeira no sul, especificamente em Curitiba. E nossas vendas, até o momento, estão batendo nossas metas”, revela Luciana.

Via Ig Economia - por Murilo Aguiar
Link: http://economia.ig.com.br/empresas/comercioservicos/2013-04-21/industria-do-luxo-cai-na-real-no-brasil.html



segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Quase metade dos brasileiros compra produtos que nunca usa, revela pesquisa


Apesar de se declarar moderado na hora das compras, o brasileiro não resiste aos impulsos e leva para casa produtos sem planejamento, revela pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O levantamento mostra uma contradição no comportamento do consumidor: 88% dos entrevistados declaram-se moderados ou conservadores na hora de fazer compras, mas 47% admitiram terem comprado produtos que sequer chegaram a usar.

O estudo constatou a tendência de o brasileiro usar o consumo para satisfazer as vontades pessoais. De acordo com a pesquisa, 62% dos entrevistados declararam pensar em compras supérfluas do mês seguinte antes mesmo de receber o salário. Além disso, 59% disseram ter comprado um produto pensando que o merece, sem analisar as condições financeiras.

Para o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges, as compras por impulso são resultado tanto de fatores psicológicos como socioeconômicos. Segundo ele, boa parte do contingente de 40 milhões de pessoas que subiram para a nova classe média na última década tem usado o consumo para se encaixar na sociedade.

“Existe um processo de redefinição da identidade de classe pelas pessoas que subiram de classe social. Por uma questão de status, elas compram mais para impressionar a família, os amigos e obter autoestima. Sem planejamento, essas pessoas adquirem produtos de que não precisam de fato e acabam se endividando excessivamente”, explica Borges. Ele ressalta que o levantamento mostrou que 12% dos consumidores fazem questão de ter acesso a tecnologias de ponta assim que são lançadas. “Será que tem necessidade?”, questiona.

De acordo com o gerente do SPC, o consumidor deve ser ainda mais cuidadoso com as compras em tempos de aperto no crédito e baixo crescimento da economia. “Os bancos estão aumentando os juros e reduzindo a oferta de crédito. O emprego está crescendo menos. Isso deveria ser um sinal de alerta para a população, mas o consumidor continua gastando muito, mesmo num cenário menos otimista”, diz.

Além dos fatores sociais e culturais, o especialista cita a falta de educação financeira como uma das principais causas para a impulsividade do consumidor. “Quem tem educação financeira tende a saber definir prioridades e organizar gastos e passa até a ter maior controle psicológico sobre a impulsividade. Se esse tipo de conhecimento for trabalhado desde a idade escolar, o consumidor chegará à idade adulta com maior controle sobre os gastos”, destaca.

via Agência Brasil, por Wellton Máximo

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Programe-se: dia 26/11 - Palestra GRATUITA com Ferreirinha: "O Mercado e a Era das Transformações"

Quem é Ferreirinha? 

Administrador de Empresas, atua desde 1987 nas áreas de gestão de operações, desenvolvimento de negócios, marketing, vendas e comunicação. No Brasil foi executivo de empresas como EDS/HP e Louis Vuitton. É referência sobre o tema em toda a América Latina. 

A Palestra

Abordará as mudanças que o mercado vem sofrendo, seja com os novos comportamentos de consumo ou na forma como as empresas estão se aproximando dos clientes. Nessa nova "Era da transformação", o dinheiro muda de bolso e surgem novos ricos, os quais possuem diferentes hábitos de consumo.
Tais mudanças criam novos mercados que demandam competências diferenciadas, isso significa que precisamos nos adaptar, cada vez mais, a tomada de decisões desse público que aumentou a influência sobre o consumo. 
As oportunidades - geradas pelo movimento do mercado -  fazem com que busquem diferenciação. 
Isso é necessidade.

Não esqueçam de confirmar presença até o dia 22/11, sexta-feira, pelo e-mail sinvespar@sinvespar.com.br

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Floral para o verão 2014

Se durante a temporada outono-inverno a estampa floral já fez o maior sucesso, imagine durante a temporada primavera-verão. E se você está preocupada com as cores que serão utilizadas nas estampas e se estas cores são as suas preferidas, fique tranquila, pois tanto as tonalidades vibrantes quanto os tons mais apagados estarão sendo utilizados.

Estampa floral usada em todas as peças. Foto: divugação
Jeans estampado continua em alta e short jeans estampado com estampa de flores mais em alta ainda. Porém vale lembrar que se as suas pernas não estão em dia é preciso usar bermudas, pois shorts, principalmente os muito curtos, somente para as mais magras e com pernas finas e em plena forma física.

Shorts floral. Foto: divulgação
Se você não é adepta às estampas muito chamativas, pode escolher estampas florais mais discretas, com a predominância de cores neutras e com motivos e desenhos mais clássicos. Estampas bicolores (com apenas duas cores) são ótimas opções neste caso.

Estampa bicolor. Foto: divulgação
Mas o oposto também estará em alta, ou seja, estampas chamativas e com cores intensas também serão muito vistas no verão 2014. E se você quiser ainda mais diferencial em seu look, opte pelas estampas com flores estilizadas.

Estampas estilizadas. Foto: divulgação

Para as românticas de plantão vale apostar nas estampas florais bem delicadas, com desenhos pequenos e cores pastéis. E para combinar com estas estampas, invista em outras peças de roupas também com cores mais apagadas.

Romântica. Foto: divulgação
E a grande novidade do verão 2014 é utilizar a estampa de flores para valorizar a sua silhueta, utilizando-as no lugar dos já batidos recortes laterais de outras cores, para criar ilusão de corpo mais fino e longo. E na próxima temporada use também acessórios com estampas de flores, como sapatos, bolsas e acessórios de cabelo.








Fonte: www.dicasemoda.com.br

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Análise: SPFW reflete como debate sobre subsídio público para a moda ainda é raso

Alexandre Herchcovitch tem razão quando, em entrevista à Folha, publicada na segunda (28), diz que o debate sobre o subsídio público para desfiles, via Lei Rouanet (mecanismo de incentivo à cultura via isenção fiscal), foi raso.

Tão raso que, terminada ontem a edição de inverno 2014 da São Paulo Fashion Week, nenhum dos três estilistas envolvidos na polêmica - ele, Pedro Lourenço e Ronaldo Fraga - sabiam ao certo o que a discussão significa para a indústria do vestuário.

Por causa da polêmica que se seguiu, Lourenço precisou cancelar seu desfile - vale dizer, um dos melhores dessa temporada - em Paris, porque não conseguiu angariar patrocinadores. Na SPFW, desfilou com ajuda da Apex-Brasil, braço do governo que promove as exportações.

Alguns estilistas, protegidos sob a redoma da paparicagem de editores de moda, assessores e empresários, não comentam o assunto. A frase "é hora de unir forças", dita em uníssono nos bastidores, poderia, aqui, ser trocada por "é hora de negar".

Negar a crise nas vendas; negar que a cultura de moda no Brasil não se desenvolve a partir das passarelas (e sim, das ruas); e, mais importante, negar que a cadeia produtiva nacional não irá se beneficiar com os aportes milionários que, em breve, podem ser captados para apresentações.

É preciso olhar mais a fundo para entender o último ponto. Em 2010, no início das discussões entre governo e indústria, falava-se em estímulo à cadeia por meio de políticas públicas que unissem os eixos empresariais, criativos e institucionais da moda.

O "soft power", conceito citado pela ministra Marta Suplicy para levar a imagem do país ao exterior e para justificar a captação dos recursos, não era discutido naquele tempo.

Ao que parece, devido à falta de consenso sobre as necessidades da indústria da moda - houve discussões acaloradas no primeiro encontro com o setor - foi preciso mudar a frase "impulsionar a economia criativa" para "internacionalização da criatividade".

Internacionalização que não poderia vir em pior momento. A entrada de grifes estrangeiras no Brasil e a "invasão" das lojas de fast fashion internacionais põem em xeque a relevância da costura brasileira na escolha dos clientes.

Pesquisa do birô de tendências Stylesight, divulgada durante a São Paulo Fashion Week, afirma que 80% dos consumidores de luxo daqui compram roupas fora do país).

Jorge Grimberg, analista do portal, defende a tese de que as grifes brasileiras precisam "rever seu posicionamento de marca e se inspirar cada vez mais em elementos da cultura nacional". Isso, pensando no mercado interno, não no internacional.

Numa atitude corajosa, o estilista Dudu Bertholini decidiu não desfilar nesta temporada o inverno 2014 da grife Neon, que mantém com a designer Rita Comparato.

"Somos mais imagem do que produto. É hora de pensar nos negócios", diz ele, responsável pelos conceitos mais solares e impactantes do evento. Ele prepara 14 licenciamentos para 2014.

Entre farpas, cochichos no pé do ouvido e olhares de reprovação para aqueles que forem contra o "statement", uma fatia considerável da moda brasileira continua a olhar para o próprio umbigo.

"Como era de se esperar. Estilista não resolve os problemas da moda, só os seus", diz André Hidalgo, dono do evento Casa de Criadores.

À espera de comentários elogiosos que só contribuem para inflar egos e estimular a mimice com a qual são acostumados, os designers podem distanciar ainda mais o brasileiro de suas criações.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Consumo Autoral e os Principais Consumidores Autores de Cada Faixa Etária

O consumo autoral apoia-se na expansão da escolha autônoma e independente, que é compartilhada por meio das redes sociais, já que a crise detonou novos mecanismos de consumo e reduziu a dimensão aspiracional e o comportamento de imitação dos "ricos". Dessa maneira, as grandes marcas e a publicidade devem tornar-se "estimuladores" e "facilitadores" nas escolhas de vida das pessoas. A publicidade tradicional que apontava para a repetição e persuasão não corresponde mais às lógicas emergentes. Hoje estamos vivendo uma era da credibilidade e não só mais da visibilidade. 
A mensagem deve ser autêntica e a marca deve entregar aquilo que promete. O que importa para o consumidor é uma experiência e não a relação de compra e venda.

Núcleos Geracionais 

O núcleo geracional não pode ser quantificado com precisão mas observado na sua atividade e, em seguida, solicitado com uma espécie de testes. Eles são isolados através da observação do seu grupo étnico e cultural, produzindo uma enorme energia de atração para outros sujeitos, seja da própria geração como de outras.

Elementos que Descrevem os Núcleos 

Os núcleos geracionais são 12 e cobrem todas as gerações, em alguns casos, sobrepondo-se em termos de idade, seguindo a lógica dos "atratores" estranhos. 

1 - Lively Kids - Crianças de quatro a oito anos. A cumplicidade com os pais é fundamental para formar os principais valores de gosto. Para este grupo, alguns produtos assumem um papel chave na realização de relações felizes e equilibradas com a família. 
Principais características: Necessidade de orientadores seguros. Ideias fortes e linguagem simples. Consumo para o crescimento, Compartilhamento com grupos de pares.

Suri Cruise
2 - Posh Tweens - Pré-adolescentes de oito -12 anos que adoram novidades. Seguem a moda, usam marcas e grifes. São considerados fashion victims. 
Principais características: Usam a tecnologia bem precocemente. Influenciam bastante seus pais nas decisões de compra. 

Tweens
3 - Expo Teens - Adolescentes de 13 a 18 anos. Vivem extraordinariamente um mix original entre tensão de grupos e exuberância criativa individual. Constroem a própria identidade através de um hiperconsumo, muitas vezes frenético e compulsivo.
Principais características: Usam tecnologia, códigos das tribos. Moda se encontra com arte e design. Narcisismo performático. Criatividade híbrida e cotidiana. Hipersensibilidade emotiva.

4 - Linker People - Jovens e adultos de 18 a 30 anos. Sentem-se bem numa realidade líquida e complexa, onde o real é potencializado pelo virtual. Manipulam tudo o que vêm, em um processo contínuo de "recorta e cola" criativo.
Principais caracteísticas: Subjetividade compartilhada. Competência tecnológica. Exploração do território. Experimentação e conexões inesperadas.

5 - Unique Sons - Homens e mulheres de 25 a 35 anos. Estetas refinados, capazes de reprojetar através dos detalhes o novo glamour em diversos âmbitos. Estão em busca de sucesso pessoal, utilizando também um consumo altamente egocêntrico. 
Principais características: Luxo alternativo. Reelaboração do papel do testimonial. Preferência por formalidade estética. A moda como elemento central.

Fonte: http://www.napse.com.br
6 - Sense Girls - Mulheres de 25 - 40 anos. No centro de uma revolução ética e estética baseada na harmonia, no gesto, no gosto narrativo e nos cuidados em geral. Esse grupo está em busca de novos equilíbrios e de harmonias naturais.
Principais características: Sensibilidade estética. Experiência sensorial. Cuidados refinados. Hedonismo cotidiano.

7 - Mind Builders - Homens de 35 - 50 anos. Expressão da nova burguesia intelectual, tanto nos países economicamente avançados quanto nos países emergentes. No consumo, esses homens buscam experiências a 360 graus capazes de exaltar o valor do crescimento intelectual e da experiência.
Principais características: Exploração intelectual. Conhecimento cosmopolita. Neo-nomandismo. Compartilhamento projetual.

8 - Singular Women - Mulheres de 35 - 50 anos. Ao centro das novas formas de realização e compartilhamento entre várias tipologias de família e micro-comunidades. São conscientes da própria capacidadede pensamento original e proativo em âmbitos concretos e organizativos.
Principais características: Caráter audaz. Busca pela autenticidade estética. Essencialidade projetual. Compartilhamento de problemas e soluções.

Carine Roitfeld
9 - Premium Seekers - Homens entre 45 e 60. Os mais gastadores pertencem a essa categoria. Eles são uma pequena parcela da população mas buscam prestígio e distinção. Eles representam uma nova elite que quer excelência e qualidade e tem hábitos de consumo sofisticados.

10 - Normal Breakers - São homens e mulheres de 45 a 60 anos com visão crítica e criativa da realidade em que vivem. Adoram a tecnologia, não vivem sem ela.

11 - Family Activists - Adultos com mais de 60 anos, são uma espécie de porto seguro familiar. Esse grupo ajuda nas tarefas domésticas, cuidando dos netos, enquanto seus filhos de 30 e 40 anos estão empenhados e estressados com as funções de trabalho." Eles estão entre os consumidores mais fiéis a uma marca, por serem os detentores da memória, não consomem por impulso. 

Relacionamento avô com neto - Fonte: www.gazetadopovo.com.br/viverbem

12 - Pleasure Growers - Eles representam a "fronteira" mais avançada dos indivíduos acima dos 60 anos. Não aceitam os valores e os comportamentos típicos da terceira idade. A sintonia com este grupo implica a definição de uma "estética" completamente regenerada no consumo: informal, jovem e enérgica.
Principais características: (Re)projeção da vida, agora centrada em si mesmo. Busca de um novo hedonismo inteligente e de sensorialidade. Consumo experiencial. Orientação ao lazer de aventura.

Para além dos grupos observados, há dados comuns a quase todos os consumidores. De acordo com as pesquisas feitas pelo Future Concept Lab, hoje as pessoas compram e consomem com base nas ocasiões 
de vida. O life style sai de cena e dá lugar ao life occasion: o consumidor contemporâneo é múltiplo e não tem mais um único estilo.

Fonte:
http://modaecultura.com.br/nucleos-geracionais/

http://www.futureconceptlab.com/pdf/press/FCL_30_12.pdf

Material do Future Concept Lab do Brasil. "Cenário Internacional de Tendências 2013 - Os consumidores do futuro e as forças de Inovação"- São Paulo, 2013