Às vezes, quando algo surge, não temos a impressão de já ter visto aquilo em algum outro momento? Tomada por essa constante sensação, Lilah Ramzi criou o Part Noveau, um blog que faz comparações e análises sobre o que é considerado novidade e o que realmente o precedeu.
Atualmente, quando paramos para observar certas criações de moda, publicidade, cinema e afins, não parece que a sensação é totalmente de déjá vu? Sim, porque toda a carga de criatividade parece ter-se esgotado e tudo não passa de cópia, mesmo que tenha ares de novo e exclusivo. Releituras de moda estão aí para provar isso: afinal, quem nunca se espantou ao notar que aquela peça que você vergonhosamente não tirava do corpo algumas décadas atrás se tornou novamente um ícone e objeto de desejo das it girls?
Quando estava fazendo seu trabalho de pós-graduação em História da Moda, a americana Lilah Ramzi ficou com a impressão de que tudo que via parecia se repetir de certa forma. Tomada por uma certa inquietude, Lilah decidiu que era hora de aprofundar essa pesquisa e concluiu que, de fato, nada se cria, tudo se copia. Assim surgiu o Part Noveau, um projeto onde ela reúne referências fotográficas, comparando lado a lado as versões novas e antigas.
O Part Noveau acabou se tornando um grande achado para quem deseja comparar produções artísticas e treinar o olhar para reconhecer e dar crédito ao que veio antes. Além, claro, de ser um blog onde dá para aprender um pouco sobre história, fotografia e arte.
Em suas atualizações quase que diárias, no Part Noveau é possível acompanhar o embate entre o novo e o contemporâneo, em fotografias selecionadas por Lilah cuidadosamente. No blog ela também faz uma boa análise das comparações, revelando os elementos similares encontrados em cada uma das produções. E é um exercício divertido notar como a criatividade se tornou escassa e repetitiva, mostrando que, na verdade, o ser humano pouco tem feito de novo, apenas tem adaptado o que já deu certo em algum momento.
Lilah Ramzi é pós-graduada em História da Moda e descreve-se como uma pessoa antiquada e até um pouco clichê, mas também elegante. Como historiadora de moda, é claro que ela não poderia deixar de eleger como seus estilistas favoritos nomes como Christian Dior, Jacques Fath e Cristobal Balenciaga. Seu amor por história da moda surgiu por conta dos clássicos hollywoodianos, onde ela sempre buscou inspiração. Para ela, a relação com a moda deve ser uma coisa pessoal, sem se deixar influenciar pelas tendências, para não correr o risco de encher o armário com peças que você olha e diz “Meu Deus, no que eu estava pensando?”.
As imagens ilustrativas deste artigo foram gentilmente cedidas por Lilah Ramzi.
Fontes: Part Noveau e The Strand NY.
Publicado na obvious: http://obviousmag.org/archives/2013/10/nada_se_cria_tudo_se_copia.html#ixzz2yIzdl3z0
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