segunda-feira, 30 de junho de 2014

Alerta de Tendência: Crochê

E basta lançar um segundo olhar para a última edição do SPFW para saber que a técnica tem fôlego para permanecer em cena por mais algumas estações. Ronaldo Fraga e Lilly Sarti estão entre as grifes que investiram suas fichas nessa trama que a gente adora usar.


Em produções praianas ou mesmo nas urbanas, os pontos (que podem ser usados tanto no inverno quanto no verão) ganharam um ar mais leve, discreto e charmoso. O bacana é que as peças apresentadas nas passarelas tem um quê atemporal - ou seja, podem ser um investimento certeiro para quem quer comprar uma peça que possa ser usada em várias estações.




Fonte: Revista Elle

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Moda busca referências na arte para inovar e criar



 Uma das melhores formas de pesquisar a moda e história da indumentária é usando a arte como fonte de pesquisa. Os museus, exposições e galerias são excelentes pontos de partida tanto para o processo de imersão (quando se busca inspiração), quanto no processo de criação (quando já se busca imagens, cores, formas para a criação).

Não se deve pensar que pesquisar arte na moda é frequentar apenas museus específicos de moda. A pesquisa nas pinturas, esculturas, observação de desenhos, antigos manuscritos, representações têxteis nas expressões gráficas, dão possibilidades criativas como poucas fontes são capazes de fornecer.

Vestido criado por Yves Saint Laurent inspirado na obra de Mondrian/ Reprodução
 Um dos maiores estilistas da história da moda, Yves Saint Laurent, sabia bem do que estamos falando. Apaixonado por artes, era um colecionador incansável, que utilizava seu amor à arte como fonte de inspiração nas criações. Uma de suas coleções icônicas, foi baseada em Mondrian, nas cores primárias e formas minimalistas utilizadas pelo artista. Foi um grande sucesso porque não se concebia até aquele momento inspirações tão diretas e objetivas; mas, a criação até então, era vista como um ato de iluminação divina.

Saint Laurent ainda trouxe para a moda muitos outros artistas, desprendendo-se de um estilo artístico único, assim como não tinha apenas um estilo ao criar. Era capaz de fazer vestidos vaporosos e esvoaçantes ou um smoking com a mesma maestria. Também se inspirava em artistas tão diferentes quanto Van Gogh e Braque, e ainda assim conseguia impor seu estilo, inconfundível.

Peças de Yves Saint Laurente inspiradas em obra de Van Gogh/ Reprodução
Outros estilistas também sabem que as artes são fontes de pesquisa preciosas. Mc Queen, Galliano, Hermès, Vivienne Westwood, Albert Kriemler para a grife Akris, Ungaro, Pierre Cardin e Elza Schiaparelli são alguns nomes que desenvolveram coleções com essa fonte de inspiração.

É importante ainda ressaltar a relevância das artes plásticas para a preservação de memórias e imagens em épocas que não existiam fotografias e filmagens. O pintor James Tissot (1836-1902) é conhecido como um artista de valor inestimável para a moda. Ele pintava em cenas de festas, do cotidiano ou temas religiosos, com um extremo cuidado nos detalhes de cenário, dos trajes e adornos. Suas obras mais pareciam fotografias, dada a riqueza dos detalhes.

Portanto, a dica para os estudiosos de moda é: ao viajar, não vá apenas às lojas e restaurantes badalados da cidade. Vá aos museus e galerias e veja porque a arte está tão ligada à moda. Ah, não esqueça seu moleskine!
Por Gabriela Maroja
Professora e Coordenadora da Graduação e Pós-Graduação em Moda no Unipê/JP
Publicado no www.textileindustry.ning.com

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Jaraguá integra pesquisa para definir o biótipo do brasileiro

Numa loja a calça ideal tem a numeração 38, em outra a 40, podendo chegar até a 42. Para acabar com essa confusão e resolver o problema do vestuário brasileiro, equipes do Sistema Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) está realizando, em todo o país, a Pesquisa Antropométrica, que visa à criação de um tamanho padrão para a indústria têxtil em consonância com o biótipo da população brasileira.
 
 
A pesquisa é feita pelo Senai do Rio de Janeiro/ Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil e em Santa Catarina com a parceria do Sistema Fiesc/Senai. No Estado a pesquisa iniciou por Blumenau e também foi feita em Jaraguá do Sul, na Malwee Malhas. Joinville, Criciúma e Florianópolis igualmente fazem parte do roteiro, onde em apenas 60 segundos se consegue tirar mais de cem medidas do corpo que vão ajudar a criar um padrão para as roupas dos brasileiros.
O levantamento vai contribuir com a normatização da indústria de moda do Brasil. Estão previstas 10 mil coletas de todas as regiões do Brasil. O estudo está sendo realizado com o auxilio do 3D Body Scanner, um equipamento que em 60 segundos toma mais de 100 medidas do corpo humano. O conhecimento das dimensões da população usuária possibilitará a padronização das dimensões dos produtos por todos os fabricantes, o que poderá se transformar em diferencial competitivo da indústria e facilitar a vida do consumidor.

Fonte: http://www.jdv.com.br/

quarta-feira, 25 de junho de 2014

‘O fast fashion é um vírus que infectou a indústria da moda’

Com expertise de três décadas, Paulo Borges critica a burocracia do País e a falta de planejamento e de investimento. E rebate a pecha de que o setor é supérfluo.

Sob o lema Amo Moda Amo Brasil, Paulo Borges aproveitou a Copa para entrar em campo com uma campanha cuja missão é levar a marca Brasil além-fronteiras. “O problema é esse nosso complexo de vira-lata, que não nos deixa”, reclama, parafraseando Nelson Rodrigues. “Esse é um momento histórico, em que todos os olhos estão voltados para o País, com a realização de grandes eventos esportivos. É importante chamar a atenção para o que nos identifica além do futebol e mostrar onde o Brasil também é campeão”, discursa o CEO da Luminosidade, empresa que promove SPFW e Fashion Rio.

Ele diz esperar, há três décadas, que o governo olhe para a moda como uma indústria que merece respeito. Nada mais natural. Afinal, segundo dados da Texbrasil, trata-se de um segmento que reúne 300 mil empresas formais e representa 5,5% do PIB da indústria de transformação, tendo gerado R$ 140 bilhões em 2012. O setor também é responsável por 1,7 milhão de empregos diretos, sendo 75% mão de obra feminina.

Apesar da aparência de pujança, a cadeia produtiva vai mal, obrigado – vítima, principalmente, das importações fraudulentas e da “falta de inteligência”. Como resolver? “Mudando as estruturas políticas e econômicas que nós temos. Não há setor que consiga ser competitivo com essas regras. O que salva o mercado nacional ainda é o consumo interno, e vai continuar salvando”, afirma ele, defendendo, em seguida, a implantação do imposto único, cobrado na fonte do consumo.

Borges recebeu a coluna em seu escritório, no Itaim, no dia em que lançou a campanha – cujo símbolo é uma bola que faz referência a Copas passadas, com a costura aparente. A seguir, os melhores momentos da conversa.

A moda é cara no Brasil?

Não é só a moda. Tudo aqui é caro – água, telefone, luz, internet. A gente vem dizendo isso há vinte anos e nada foi feito para mudar esse sistema, que não pensa a produção, não pensa a construção de valor de marca. Esse mesmo efeito ataca a economia como um todo. Não tem solução para o Brasil que não seja a partir de uma grande reforma. Enquanto isso, assistimos a uma desindustrialização severa – que acontece até menos na moda. Somos grandes produtores de lã, produzimos o melhor casulo de seda do mundo. Mas o que acontece? A Hermès compra praticamente tudo e manda para a Itália. Lá, desenvolve o fio da seda, faz os lenços e exporta pra cá.

Ou seja, continuamos vendendo matéria-prima e comprando a peça manufaturada.

Exato. Somos o quinto maior produtor de algodão do mundo, o segundo maior produtor de denim. Também as fibras sintéticas são muito fortes no País. A malharia brasileira é muito competitiva no mundo inteiro, tem qualidade. Mas claro que o preço é um problema. Se comparar com a malha chinesa, a deles é mais barata. A da Turquia também.

Não seria o caso de o governo olhar com um pouco mais de atenção para essas importações, já que não há como competir com os chineses, por exemplo?


Mas aí entra um outro problema que se discute pouco. O Brasil não tem controle de seus portos e de suas fronteiras. O que acontece muito, por exemplo, é um navio chegar com documentação na qual consta um carregamento de gravatas (que pagam um imposto mínimo), mas estar cheio de camisas, ternos, blazers etc. Ou seja, ainda existe uma roubalheira enorme na entrada de produtos no País, que não se consegue controlar.

Como mudar o cenário?

Mudando nossas estruturas políticas e econômicas. Não há setor que consiga ser competitivo com essas regras. O que salva o mercado é o consumo interno, e vai continuar salvando.

Você enxerga no futuro as lojas se transformando em ambientes virtuais, com venda apenas via e-commerce?

Não, porque existe um negócio chamado experiência da compra. Alguns itens você vai comprar pela internet, mas não tudo. A experiência é conjugada. Uma coisa que já acontece no varejo é que as lojas têm se transformado, cada vez mais, em cenários. Hoje existem aplicativos online pelos quais você compra via internet, reserva o produto e vai à loja provar. Coisas mais fáceis, como camisetas, acredito que serão vendidas cada vez mais via e-commerce, mas roupas mais estruturadas, com valor agregado muito alto, não.

Os canais vão se somar?

Eles se ajudarão mutuamente. Porque o mercado, ao mesmo tempo em que cresce, vai se reorganizando. É mais difícil para quem tem mais inovação, valor agregado e design? Sim, é. Mas não só no Brasil. Lá fora também. Essa crise brasileira sobre a qual a gente discute nada mais é do que o reflexo de uma crise sistêmica mundial. A moda no mundo inteiro está passando por um processo de revisão, de transformação. Isso é um fato e começou no início dos anos 2000, quando surgiu o conceito de fast fashion. Foi um divisor de águas, que começou com a pirataria, num processo de cópia deslavada. (risos)

Culpa do próprio sistema?

Até por influência da internet. Porque as pessoas passaram a ter acesso mais rápido à informação. Imagine: uma loja cria uma nova lógica de venda, com preço mais baixo, com informação nova, mesmo que o tecido não seja o melhor – nem o corte ou o acabamento. Mas existe uma massa de consumidores louca por aquela informação de moda. E vai consumi-la. Esse processo contaminou todo o sistema. É como um vírus. Fast fashion foi um vírus que infectou o sistema de moda. E os grandes magazines, ao invés de combater esse vírus, se aperfeiçoaram para atender a demanda. Na esteira, as marcas de roupa começaram a investir em estilistas reconhecidos capazes de criar coleções com esse perfume de lançamento, de inovação. A soma desse processo econômico de produção com a internet levou a uma revisão do processo da moda. Você tem de ser rápido, criativo e também competente para conseguir vender a um preço justo…

O que é o preço justo?

Aquele que te permite ganhar algum dinheiro, agradar o consumidor e pagar o processo.

Esse é o grande desafio.

O maior deles. O desafio da gestão. Nesse cenário global, onde o Brasil é prejudicado? No sistema político e econômico. Porque, lá fora, você tem uma capacidade econômica de investimento que nós não temos. Lá fora você tem matérias-primas à disposição do mercado que nós não temos aqui. Comprar matéria-prima mais inovadora e barata é uma dificuldade tremenda. E por quê? Por causa dos impostos, da legislação, da infraestrutura. É uma cadeia produtiva que não foi preparada. E veja outro absurdo: o Brasil nunca se preocupou em construir marca. Olha o que o estamos fazendo com a Copa do Mundo! Destruindo a possibilidade de criar uma marca do Brasil.

O que você faria?

Investiria em qualidade, produção, desenvolvimento. Na parte industrial, a gente até tem visto investimento em inovação e tecnologia. Na parte de confecção, falta trabalhar a qualificação da mão de obra. Se bem que esse é um problema geral do Brasil, o que mais se ouve hoje em dia é sobre a falta de qualificação da mão de obra brasileira em todos os setores da economia. Isso tem a ver, basicamente, com educação.

A saída seria as empresas treinarem seus funcionários?

Sim, claro. Acontece com muitas empresas brasileiras. Só que há um porém: a maioria delas tem acesso a recursos financeiros estatais que a moda não tem. Para desenvolver a moda é preciso mais do que crédito, é preciso que o governo veja o setor com estratégia, com inteligência, como uma causa para ser defendida. Só isso é capaz de acelerar o processo de desenvolvimento. O que fortalece a cadeia da moda? Marcas com capacidade para espalhar seus produtos pelo mundo. É a tal da economia criativa que o Brasil não conseguiu trabalhar ainda.

Não é culpa também de um certo comodismo histórico?

Um pouco. Nos anos 80, o linho era um sucesso no Brasil, e a Braspérola era a empresa mais disputada. Todo mundo fazia fila, de joelhos, para conseguir comprar uma cota de tecido da Braspérola. Esse sistema acomodou o mercado. Outro ponto que acomodou o varejo foi a hiperinflação, mãe da pronta-entrega. O sistema ficou acomodado a trabalhar com curtíssimo prazo.

Iniciativas como a da ministra Marta Suplicy, que autorizou captação de recursos via Lei Rouanet para grifes brasileiras, podem ser a solução?


Não, não vão resolver nada. São um equívoco. Mais um vento para confundir as pessoas.

Há muita polêmica em relação ao uso da Lei Rouanet.

Percebo um certo preconceito. E com a moda ainda mais, porque não se vê o setor como cultura. Acham que é um processo supérfluo. Já ouvi de um jornalista que, “num país com tantos problemas, como é que moda pode ser importante?”. Está mais do que provado que, se você educa uma mulher, educa uma família. Está mais do que provado que, se você dá emprego a uma mulher, dá emprego a dez pessoas da família. A indústria da moda é a que mais contrata mão de obra feminina, disparado.

Há pouco tempo, a moda inglesa estava quebrada e, graças a ações do governo, voltou a ser pujante, com lançamentos de diversos novos estilistas. Por que não conseguimos fazer algo assim aqui?

Porque, lá fora, você tem o estilista, o showroom e a venda. E entre o showroom e a venda, existe um personagem que nós não temos. É o produtor. Esse cara é um industrial, que tem capital e a capacidade de pegar uma coleção, produzi-la e distribuí-la, repassando uma porcentagem aos estilistas.

E eles querem isso?

Claro que querem! E há muito tempo. Isso funciona no mundo inteiro. O que acontece é que não houve incentivo no País para que a indústria da moda crescesse. Para se ter uma ideia, quando eu comecei a produzir desfile para a Zoomp, nos anos 80, a marca começava a fazer sua alfaiataria no Uruguai. Porque era muito mais barato. Hoje, quem tem grande escala está fazendo isso na China. E pode quebrar a cara.

Por quê?


É só ver o que aconteceu com a Le Lis Blanc. O soluço que eles tiveram foi um problema de pedido antecipado. Era um pedido gigante, que não deu certo. Acabou atrasando. Uma outra marca quebrou por causa disso. Era final de ano, e os pedidos todos ficaram presos na alfândega.

A questão alfandegária também é um problema, não?


E pode somar a isso infraestrutura precária, excesso de burocracia, falta de inteligência e planejamento, falta de plano de investimento.

Há algum exemplo a ser seguido na indústria da moda?

Olha, a Reserva está fazendo uma coisa que eu acho ótima: ela entrega ao consumidor a nota fiscal do produto com um explicativo de todos os valores que constam daquele preço final, incluindo o lucro da empresa. O ideal seria que todas as lojas e marcas fizessem isso. Mas aí a gente tem de voltar àquelas 300 mil empresas que fazem parte da indústria da moda. O que funciona para uma, não funciona para outra. Ou seja, é mais fácil para o governo pensar em ajustes para a indústria automobilística, por exemplo, que tem poucos players. O ideal seria mudar a forma de cobrar o imposto. Optar pelo imposto único, na fonte do consumo. Mas isso ninguém faz, estou esperando há 30 anos. /SONIA RACY E DANIEL JAPIASSU

http://blogs.estadao.com.br/sonia-racy/o-fast-fashion-e-um-virus-que-infectou-a-industria-da-moda/

terça-feira, 24 de junho de 2014

MP quer criar pólo têxtil pago por grifes que usam trabalho escravo

POR RODRIGO RODRIGUES - Terra Magazine

Depois de vários casos flagrantes de uso de trabalho escravo na cadeia produtiva de marcas da indústria têxtil como M.Officer, Zara, Marisa, Pernambucanas, C&A, Collins, Gregory e Ellus, o Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP) resolveu criar um trabalho coletivo com as 70 grandes marcas do País, com o objetivo de tentar criar um pólo têxtil de trabalhadores imigrantes financiado pelas próprias empresas.

Chamado por hora de “Projeto Confecções” dentro do MPT-SP, o programa quer tentar criar um pólo de produção de roupas na região de Itaquaquecetuba ou Carapicuíba, onde os empresários pudessem contratar mão de obra estrangeira de bolivianos, haitianos, peruanos, entre outros imigrantes, mas sob a supervisão do MPT e obedecendo rigorosamente as leis trabalhistas brasileiras.

O projeto está em fase de discussão entre os procuradores do Trabalho e quer canalizar todo o dinheiro de aplicação de multas oriundas dessas práticas para a manutenção do pólo têxtil.

O embrião do programa deve ser lançado até o final de julho, segundo o procurador Luiz Fabre, do MPT-SP 2ª Região.

“A intenção é que o setor se una, a fim de erradicar o trabalho escravo de vez. Quem cumpre rigorosamente a lei tem muito interesse em combater aquele que agride a legislação. Então, nós vamos lançar um programa envolvendo as 70 grandes marcas que estão no topo da cadeia produtiva no setor de costura, com o objetivo de isolar economicamente aqueles que exploram o trabalho escravo”, comenta Fabre.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, só em São Paulo há 200 mil bolivianos vivendo de forma irregular em São Paulo, na sua maioria em condições irregulares de trabalho.

Luiz Fabre explica que a superexploração dos trabalhadores imigrantes gera uma vantagem mensal de R$ 2.300,00 por mês por cada trabalhador explorado às empresas de costura clandestinas. Se uma oficina conta com dez trabalhadores, por exemplo, é como se ela tivesse R$ 23 mil de vantagem competitiva todos os meses.

“É uma prática generalizada. Todo mundo faz assim. Porque ou você fecha o seu negócio, ou segue esse modelo lesivo. Então, nossa ideia com o programa tem um sentido de aprimoramento do compliance das empresas – a auditoria interna da cadeia produtiva – e também estimular para que as grifes eliminem as confecções intermediárias, onde as oficinas passem a fornecer diretamente para as grifes, estimulando também o cooperativismo”, explica o procurador Luiz Fabre.

A ideia do pólo têxtil surgiu depois que a Zara – flagrada no uso de trabalho escravo na cadeia produtiva numa empresa terceirizada – resolveu financiar a construção de uma espécie de “Poupatempo do Imigrante”, com o objetivo de auxiliar na integração dos imigrantes e oferecer capacitação, documentos e ajuda jurídica.

Para erguer o chamado “Centro de Integração à Cidadania do Imigrante”, na região da Barra Funda, a Zara está fazendo investimentos de cerca de R$ 6,2 milhões.

O local terá a capacidade de atender mil imigrantes por dia, ajudando na regularização migratória e na formação profissional, segundo a grife espanhola.

“Existe uma convergência entre todas as empresas e nos órgãos públicos de que o setor está danificado. A prática do trabalho escravo está generalizada no setor de costura. Se a gente quiser uma agenda pró-ativa, daqui pra frente precisamos pensar cada vez mais no desenvolvimento desses pólos têxteis, atração da coletividade peruana, boliviana e paraguaia, atração dessas pessoas para cidades mais baratas e desenvolvimento de um modelo de eliminação de intermediários na cadeia produtiva”, argumenta o procurador. “Pra isso é necessário que todos os agentes do setor estejam envolvidos”, completa Luiz Fabre.
 
Fonte: http://terramagazine.terra.com.br/blogterramagazine/ e publicado no www.textileindustry.ning.com

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Alerta de Tendência: Colete alongado é a peça versátil da estação!

Das passarelas diretamente para as ruas, o colete alongado vai do trabalho à balada e se mostra como uma das peças-chave mais desejadas do inverno. Mostramos 4 jeitos de usar e ficar super por dentro da tendência.

Colete alongado look


O vestido tricolor é ideal para o trabalho - comportado na medida.  Com o colete preto de alfaiataria, fica ainda mais elegante. Mas atenção: o comprimento do colete nunca deve ultrapassar o do vestido! Para dar um toque moderno, adicione uma bolsa vibrante (que é tendência). Para finalizar, as sapatilhas garantem o conforto sem perder a classe.

Colete alongado look


Quem curte estar sempre em dia com a moda vale investir no mix de estampas. A camisa xadrez + animal print P&B formam uma composição fashion na medida, sem exageros - o colete equilibra o look e deixa tudo mais polido. O jeans navalhado é o preferido do momento. Para usar já!


Colete alongado look


A peça também faz bonito no barzinho com as amigas. Aposte em uma saia evasê superfeminina e uma camisa estampada para noites alegres e divertidas. Fica novamente a dica: a saia deve ser mais longa que o colete! Um maxibrinco enriquece a produção, que deve ser arrematada com um bom salto alto.

Colete alongado look

Para quem tem um estilo mais rocker, a ideia é misturar o colete com uma t-shirt estampada e uma calça de couro. O coturno (ou botinhas com amarração, que estão super em evidência) cai como uma luva ao lado da bolsa azul, que dá um toque de cor à produção. Não se esqueça dos óculos de sol: o modelo aviador é um clássico sempre bem-vindo.

Fonte: http://mdemulher.abril.com.br/moda/reportagem/ta-na-moda/como-usar-...

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Governo anuncia pacote de estímulo para a indústria e para as exportações

Nesta quarta-feira (18), empresários de 36 setores foram ouvir do governo uma resposta aos pedidos feitos em maio.
O governo anunciou, nesta quarta-feira (18), um pacote de estímulo para a indústria e para as exportações.
Empresários de 36 setores, como indústria têxtil, eletroeletrônica, automóveis e alimentação, foram ouvir do governo uma resposta aos pedidos feitos em maio.
O chamado ‘Reintegra’, um programa que devolve parte dos impostos pagos por exportadores, vai ser retomado e será permanente.
O governo também vai prorrogar o programa de sustentação de investimentos. Por meio do BNDES, oferece juros mais baixos para a compra de máquinas e equipamentos.
O Ministério da Fazenda concordou ainda em reduzir a parcela mínima para que as empresas participem do Refis, um programa de refinanciamento de dívidas. O pagamento inicial de 5 % de dívidas de até R$ 1 milhão.
Outras medidas foram anunciadas. Mas o próprio ministro Guido Mantega disse que são reeditadas, aperfeiçoadas e ampliadas. Com elas o governo espera que a indústria ocupe mais espaço na exportação e no mercado interno.
“Para isso, ela precisa ter todos esses ingredientes: custo mais baixo de financiamento, custo de tributação mais baixo, mão-de-obra qualificada”, explicou Guido Mantega, Ministro da Fazenda.
A queda na produção da indústria foi de 1,2% de janeiro a abril deste ano. Nesta quarta-feira (18), o presidente da Confederação Nacional da Indústria elogiou as medidas, mas disse que quer mais.
“Porque o mundo é muito competitivo, as indústrias no mundo inteiro são extremamente competitivas, o Brasil tem um mercado muito grande que atrai as indústrias de fora do Brasil e nós queremos exatamente suprir o mercado brasileiro e, além disso, participar do mercado internacional”, disse Robson Andrade, presidente da CNI.
 
Fonte: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/06/governo-anuncia-pacote-de-estimulo-para-industria-e-para-exportacoes.html

Moda - As dez marcas mais valiosas em 2014

Juntas elas valem quase US$ 100 bilhões, valorização de 30%, sendo a maior expansão verificada entre as categorias analisadas pelo estudo BrandZ Top 100.
Roupas foram a categoria de maior valorização em 2014 sobre o ano anterior. De acordo com o estudo BrandZ Top 100 Most Valuable Global Brands, realizado anualmente pela Millward Brown, a valorização das dez maiores do segmento, que olha o mercado de massa de roupas para homens e mulheres, atingiu quase 30%, representando US$ 99,599 bilhões. Nessa nova realidade de consumo, a Nike voltou a liderar o ranking do segmento, a Zara ficou em segundo lugar, seguida da H&M.

O relatório afirma que esse forte crescimento das dez maiores da categoria mostra que os consumidores voltaram a comprar. Contudo, mudaram o comportamento de consumo. Ao invés de ir às compras no início da temporada, esperam o período de liquidação. Por sua vez, os varejistas anteciparam as ofertas, aprofundaram descontos mediante ajustes racionais de preço pelos quais visam preservar margens saudáveis de lucro.

Na passagem de um ano para o outro, a Uniqlo foi a marca mais valorizada, apresentando taxa de expansão 58% em relação a 2013. O estudo avalia que esse reconhecimento está associado ao lançamento da linha de roupas que preserva a temperatura do corpo. Também a Nike exibiu forte valorização de 55%, e a Adidas, de 47%. Já a cadeia canadense Lululemon caiu no ranking, em movimento de queda atribuído à resistência em admitir logo de cara que o tecido elastizado usado era de má qualidade, preferindo atribuir a falhas no uso por parte dos consumidores.

As demais marcas tiveram valorização no período. Outra surpresa destacada pelo estudo é a Tommy Hilfiger que pela primeira vez aparece no ranking das dez maiores de roupas, desde que a pesquisa é realizada, desbancando a Calvin Klein. Os analistas avaliam que a marca foi beneficiada pelo crescimento do mercado de moda masculina, assim como a Ralph Lauren e a Hugo Boss.



Analisada separadamente a categoria Luxury mostrou que Louis Vuitton, Hermès, Gucci, Prada e Rolex mantêm suas posições no ranking do segmento, nessa ordem. As outras cinco são as mesmas de 2013, mas, com troca de lugares em relação ao ranking de 2013 – Cartier, Chanel, Burberry, Coach e Fendi.

No ranking geral das cem marcas mais valiosas do mundo, a Google roubou o primeiro lugar da Apple, que caiu para a segunda posição, seguida pela IBM.

Fonte: http://www.gbljeans.com.br/noticias_view.php?cod_noticia=5309

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Comportamento financeiro do brasileiro é influenciado pelo histórico do País

Comportamento financeiro do brasileiro é influenciado pelo histórico do País

Por: Brunno Falcão
Editoria de Economia do Diário da Manhã

Para a economista e professora do Departamento de Ciências Econômicas da UEG, Adriana Pereira de Sousa, a ideia de um brasileiro consumista e que não se planeja financeiramente é fortalecida pela falta de informações e de formação em educação financeira.
A professora acrescenta que o brasileiro é facilmente deslumbrado quando surge uma possibilidade de consumo, já que trata-se de “um povo que tem um histórico forte de instabilidade financeira, como o do período de alta inflação, e que, quando conseguiu a estabilidade dos preços, encontrava-se numa situação extrema de privação de renda e de oferta de produtos”, explica.
“O brasileiro não é um povo que poupa. Ele consome”, afirma Adriana, adicionando que consome até mesmo quando não tem dinheiro para isso. Esse comportamento acaba gerando uma poupança negativa, ou seja, o endividamento. Ela destaca que, economicamente falando, o dinheiro tem duas utilidades: poupança ou consumo. E o povo brasileiro, ainda de acordo com a professora, “não tem renda suficiente para que seja possível poupar o dinheiro, visando adquirir bens, a partir do lucro obtido com essa poupança”.
Conforme a especialista, é possível afirmar que a necessidade de consumo para o brasileiro é maior que a oportunidade gerada com a poupança. Adriana acrescenta: “vivemos em uma sociedade de consumo, onde a poupança ou o investimento ficam sempre em segundo plano.” Ela reforça que a falta de informação financeira do brasileiro resulta na baixa capacidade de administração de dinheiro do consumidor.
A economista ainda relata que, o consumo irresponsável prejudica o próprio consumidor e também a economia do País, já que o endividamento excessivo resulta, por sua vez, na elevação da inadimplência. Em uma coisa, todos os especialistas concordam: a educação financeira é indispensável para uma vida sem grandes preocupações com o dinheiro.

Publicado em: http://www.dm.com.br/

quarta-feira, 18 de junho de 2014

O varejo de moda em transformação

Com o consumo de roupas, crescendo a um ritmo de 3,9% ao ano (em volumes de peças), estamos assistindo no Brasil uma forte expansão das redes de varejo de moda, aí incluídas as redes especializadas, como Ellus, Le Lis Blanc, Zara, Hering e outras, e lojas de departamento como C&A, Renner, Riachuelo e Marisa. Além delas, têm apresentado um ótimo desempenho na categoria vestuário, os canais Hipermercados e Lojas de Departamento não especializadas, mas que também vendem roupas, como por exemplo, Lojas Americanas, Magazine Luiza e Pernambucanas.
De fato, os estudos do IEMI Inteligência de mercado, sobre os canais de varejo de moda no Brasil, estão mostrando que o crescimento do consumo, turbinado pela melhor distribuição da renda, elevados níveis de emprego e maior facilidade de acesso ao crédito, tem sido capitalizado principalmente pelas redes de maior porte, que vêm apresentando uma forte expansão no mercado brasileiro, nos últimos cinco anos.
As pequenas lojas independentes, por sua vez, também conhecidas como pequeno varejo multimarca, compostas por mais de 118 mil pontos de venda espalhados por praticamente todos os municípios e que historicamente sempre se posicionou como o principal canal de venda de roupas no país, não tem se beneficiado da atual expansão da demanda interna pelo produto. Com um crescimento de apenas 5% em volumes de peças nos últimos cinco anos (2008 a 2012), este canal viu sua participação no mercado se reduzir de 44% para 37% do volume total comercializado e, embora ainda preserve a sua posição como principal canal de vendas para esta categoria de produto no Brasil, já não parece que esta posição poderá ser mantida nos próximos anos.
Ainda de acordo com os estudos do IEMI, este reduzido crescimento do varejo multimarca se deve muito à rápida expansão das lojas de redes, tanto as especializadas, quanto às de departamento, que se tornam cada vez mais onipresentes em grandes centros e, mais recentemente, em cidades de menor porte, ajudadas pela multiplicação dos Shoppings Centers em todo o país.
Cabe lembrar que quase 60% das lojas de shoppings comercializam roupas e que neles se encontram hoje, nada menos que 1/3 de todos os pontos de venda de vestuário no país. Porém, o elevado custo operacional de um Shopping Center, tem inviabilizado a sobrevivência da maioria das lojas multimarcas, que se vêm obrigadas a abrir mão do grande fluxo de consumidores gerados por estes centros de compra, e restringir suas operações no comércio de rua.
Para agravar ainda mais a já forte concorrência das lojas multimarcas, com redes de varejo, é notável o fato de que as lojas de departamento de moda vêm adotando soluções competitivas importantes, agregando cada vez mais valor aos produtos e à experiência de compra de seus consumidores, se permitindo trabalhar com produtos cada vez mais inovadores (fast fashion), diferenciados (coleções assinadas e licenciados) e desejados. Afinal, todos sabem muito bem que qualquer consumidor, independente do poder de compra, quer comprar o melhor que o seu dinheiro pode pagar e que, no caso brasileiro, a nova classe média pode mais e quer mais, criando uma imensa oportunidade para o crescimento das marcas de moda. As redes de varejo especializadas em vestuário tem feito muito bem esta leitura e tem tudo para continuar a crescer bem acima do crescimento médio do mercado.

Indicadores Econômicos
Com relação ao desempenho do mercado de vestuário, observamos que a venda do comércio varejista, como já era esperado, avançou de forma significativa no mês de dezembro. Em volumes físicos o avanço foi de 83,3% sobre o mês anterior e, em valores de venda, de 85,0%. No acumulado do ano, de janeiro a dezembro de 2013, houve alta de 8,8% nas receitas e de 3,5% nos volumes em peças comercializadas.
Por sua vez, a produção nacional destes artigos, em número de peças confeccionadas, apresentou um recuo de 37% em dezembro, quando comparado ao mês de novembro de 2013, o que é normal nesta época, pois marca o período de lançamento de coleções e férias coletivas no setor. No acumulado do ano, porém, o resultado voltou a ser negativo, com queda de (-) 2,9% em 2013, sobre o montante produzido em 2012.
As importações brasileiras de roupas, por sua vez, apresentaram crescimento de 5,3% em dezembro, acumulando alta de 9,1% no ano, em seus valores em dólares. As exportações também obtiveram alta de 7,9% no mês de dezembro, em relação ao mês anterior, embora no ano acumulado do ano tenham registrado nova queda, desta vez de (-)  2,7% (em dólares).

. Desempenho Vestuário Variação no mês 1     Variação Anualizada 2
  Vendas no Varejo (R$) 85,0% 8,8%
  Vendas no Varejo (Peças) 83,3% 3,5%
  Produção Industrial (Peças) -37,0% -2,9%
  Importações (US$) +5,3% +9,1%
  Exportações (US$) +7,9% -2,7%

Fontes: IEMI / IBGE / SECEX, publicado no www.textileindustry.ning.com
            (1) dezembro 2014 / novembro 2014
            (2) janeiro-dezembro 2013 / janeiro-dezembro 2012

terça-feira, 17 de junho de 2014

Dez tendências do Fashion Rio para o verão 2015

Apresentamos dez modismos que se destacaram nas coleções desfiladas na Marina da Glória. Veja as apostas das grifes e saiba desde já o que vai bombar no verão 2015
por Louise Peres - Veja Rio 
 
Enquanto as temperaturas mal começaram a cair e os cariocas sequer tiveram tempo de tirar os casacos do armário, a turma fashion já aponta o que vai fazer a sua cabeça no próximo verão. De olho nas criações das dezessete grifes que cruzaram as passarelas do Fashion Rio, elegemos os principais candidatos a queridinhos da estação preferida dos cariocas.
 
1 – AMARELO E LARANJA
A energia vibrante das cores que têm a cara do verão ganhou espaço nas coleções de várias grifes da semana de moda carioca. Cantão, Salinas e TNG, por exemplo, apostaram nos tons quentes.
 
 
2 – AZUL CELESTE
Ou azul bebê, como você preferir. O tom pastel, discreto e elegante, pintou em várias peças de marcas como Maria Filó, TNG e Victor Dzenk. Vai pegar.
 
 
3 - ESTAMPAS BICOLORES
Belas estampas, com a predominância de duas cores. A tendência surgiu na moda praia da Salinas, na Espaço Fashion e na Osklen Praia.
 
 
4 – TECIDOS FLUIDOS
Para conferir às peças a leveza exigida pelas altas temperaturas do verão carioca, nada melhor do que tecidos fluidos. Cortes amplos valorizam o caimento das peças.
 
 
5 – LISTRAS
Clássicas e atemporais, elas ganham roupagem colorida no verão 2015. Espaço Fashion, Patricia Viera e Maria Filó investiram na tendência.
 
 
6 – PANTALONAS
Formas amplas seguem em alta com a aposta em pantalonas feita por grifes como Ausländer, Oh, Boy e Osklen Praia.
 
 
7 – SAIAS MÉDIAS
Nem curtinhas, nem longas. As saias médias estarão com tudo na próxima temporada de calor. O resultado é um visual fresco e elegante, com um pé no retrô.
 
 
8 – ÓCULOS ARREDONDADOS
Oclinhos redondos conferem charme e modernidade ao visual. Pode investir neles sem medo –a peça, aliás, já foi adotada por muitos fashionistas que circularam pela Marina da Glória.
 
 
9 – TECIDOS NATURAIS
Um toque rústico apareceu nos desfiles de Lenny Niemeyer e Cantão. A aposta em tecidos naturais como o linho deixou os looks leves e ao mesmo tempo sofisticados.
 
 
10 – MAXIBRINCO
Os maxibrincos apareceram em vários desfiles, com um detalhe: o ornamento é usado em apenas uma orelha, criando um resultado assimétrico e interessante.
 
 

Fonte: http://vejario.abril.com.br/especial/dez-tendencias-fashion-rio-verao-2015-779814.shtml

segunda-feira, 16 de junho de 2014

"O lucro para grifes de moda está fora do eixo Rio-SP"

Em entrevista concedida a Revista Exame, Emanuel Chirico, presidente do conglomerado de moda PVH, dono das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger, diz que só há um jeito de ganhar dinheiro no Brasil — fugindo de São Paulo e Rio São Paulo - Nenhuma grife internacional tem tantas lojas no Brasil quanto a americana Calvin Klein. Seus 97 pontos de venda e as 2 000 butiques multimarcas que a atendem vendem estimados 750 milhões de reais em produtos da marca. Esse tamanho todo é resultado de uma estratégia de expansão bastante peculiar.
Enquanto a concorrência se estapeia para conquistar o consumidor de alguns bairros de São Paulo e Rio de Janeiro, a Calvin Klein decidiu desbravar o país. Do total, 71 lojas estão fora do eixo Rio-São Paulo, em cidades como Macapá, Teresina e São Luís.
A marca pertence há 11 anos ao conglomerado PVH, cujo faturamento triplicou nos últimos cinco anos (hoje é de 8 bilhões de dólares). A PVH também é dona da marca Tommy Hilfiger, que fechou no ano passado um acordo com o grupo de moda brasileiro Inbrands — o qual será responsável pela gestão da marca no país por dez anos. Em visita recente ao Brasil, Emanuel Chirico, presidente da PVH, diz que é impossível ganhar dinheiro apenas com um punhado de butiques nos endereços mais elegantes do país.
 
EXAME - A Calvin Klein veste atrizes como Jennifer Lawrence e Gwyneth Paltrow nas cerimônias do Oscar e, ao mesmo tempo, vende calças jeans no interior do Brasil por menos de 200 reais. Qual é a lógica?
Emanuel Chirico - Temos um estilista brasileiro, Francisco Costa, no comando da linha mais luxuo­sa, que aparece na semana de moda de Nova York e nos tapetes vermelhos de Hollywood. Mas esse negócio representa apenas 2% ou 3% de nossa receita. Ganhamos dinheiro mesmo vendendo jeans, roupas para praticar esportes e lingerie por preços mais acessíveis. É claro que o braço de luxo ajuda na construção da marca, mas estamos longe de ser uma Gucci ou uma Louis Vuitton. Nunca quisemos ser uma marca exclusiva de luxo.
 
EXAME - Por isso o senhor abre lojas em cidades esnobadas pelas outras grifes internacionais?
Emanuel Chirico - Eu estou no Brasil para vender grandes volumes e ganhar dinheiro. É impossível fechar no azul com meia dúzia de butiques em São Paulo e Rio de Janeiro, como nossos concorrentes internacionais estão fazendo nos últimos anos. Nossa margem de lucro aqui, antes dos impostos, é de 20%, em linha com o que temos em outros países, graças à expansão geográfica. Pretendemos estar em todas as capitais do país. Hoje, só não temos lojas em Palmas e Boa Vista. Recife, Fortaleza, Salvador e São Luís são grandes mercados para nós.
 
EXAME - Desbravar tantos mercados ao mesmo tempo não é arriscado?
Emanuel Chirico - Em vez de me aventurar em um novo país, prefiro fechar parcerias com empresas que conheçam melhor o mercado local. A operação brasileira era tocada por uma licenciada nossa, a Warnaco, que acabamos comprando em 2013. Adotamos a mesma estratégia com outra marca nossa, a Tommy Hilfiger, que em 2013 foi licenciada para a Inbrands por dez anos. O trabalho de desenvolvimento da marca no Brasil está nas mãos deles. Se der certo, poderemos assumi-la de volta após o fim do contrato, quando a marca já estiver mais conhecida.
 
EXAME - Os brasileiros são muito diferentes dos consumidores de outros países?
Emanuel Chirico - Descobrimos que o brasileiro que entra na loja da Calvin Klein em Nova York ou em Miami não vê graça no que vendemos, porque acha tudo básico demais. Para cair no gosto de vocês, tivemos de aplicar brilho nas roupas, colocar zíper que chama a atenção na jaqueta e, nas calças, tachas. Outra diferença: aqui a coleção muda de três em três meses, porque precisa haver novidade sempre. Nos Estados Unidos, a mesma coleção fica seis meses na loja. São coisas que levamos algum tempo para aprender. E a gente só consegue operar assim no Brasil porque produzimos 90% das peças aqui e em países vizinhos. Se dependêssemos de importação da China, como alguns concorrentes, não teríamos os produtos certos, e a conta não fecharia.
 
EXAME - A fase de maior crescimento da Calvin Klein aconteceu depois da saída de seu fundador, em 2003. Como vocês mantiveram a essência do negócio sem a figura dele?
Emanuel Chirico - As três pessoas-chave da equipe de criação foram contratadas pelo próprio Calvin Klein e seguiram na empresa. São o brasileiro Francisco Costa, estilista da coleção de luxo feminina, Italo Zucchelli, que assina a coleção masculina, e Kevin Carrigan, à frente do jeans e do que vendemos em volume. Eles entendem o DNA da marca como ninguém.
 
EXAME - O maior crescimento para as grifes globais de moda vai continuar a vir dos países emergentes?
Emanuel Chirico - Nos próximos dez anos, as marcas de moda vão ficar ainda mais globais, com Brasil e Ásia ocupando uma porção maior dos negócios. Temos muitas oportunidades para ocupar espaços em branco nesses mercados. No Brasil, vamos trazer para as lojas, em breve, novas linhas de produtos, como ternos e camisas sociais, roupas esportivas e itens para a casa. Esperamos ver uma consolidação dentro da indústria, já que todas as empresas olham para expansões fora de seu mercado de origem. É da diversificação de países e de mercados que virá o crescimento

sexta-feira, 13 de junho de 2014

ABIT MOSTRA IMPACTO DA COPA NO SETOR TÊXTIL

Em abril e maio, o varejo não respondeu como esperado.

Sobre os impactos da Copa no setor têxtil e de confecção brasileiro, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção ( Abit ) comunicou nesta quarta-feira que,  no primeiro trimestre desse ano, havia uma boa expectativa referente à Copa o que gerou uma pequena antecipação de encomendas que, somada à vendas do alto verão, resultaram numa produção física positiva nas confecções.
Contudo, em abril e maio, o varejo não respondeu como esperado. A queda no índice de confiança do consumidor resultou em menos encomendas, mesmo próximo da Copa. O resultado foi a queda da produção física nos dois meses seguidos. Soma-se a isso, que boa parte das encomendas já tinham sido feitas aos asiáticos.
Em levantamento pelo Siscomex/MDIC, comparando-se a atual Copa com a última, em 2010, o volume de importação de camisetas de malha mais que dobrou nos períodos idênticos de janeiro a maio, saltando de 1.460 toneladas para 3.100 toneladas. Segundo informação oficial da Associação dos Exportações de Bangladesh, as vendas deste ano de camisetas subiram 14% em função do mundial.
Ainda assim, muitas confecções  brasileiras se inspiraram na Copa para lançar produtos, mas em pequenas quantidades que não chegaram a reverter o quadro negativo de produção física.
Por fim, é preciso informar também que, tradicionalmente, o volume adicionado na produção têxtil e de confecção no Brasil que uma Copa proporciona gira em torno de 5% a 10% (menos que dia da mães e final de ano). Esse evento mundial, como se sabe,  causa impacto considerável  principalmente nas vendas de bebidas e eletrodomésticos, especialmente televisores. Ao lado os dados comparados de produção física.
Em jan-abr de 2014 houve queda de 1,8% na Indústria de Transformação, queda de 6,9% no segmento Têxtil e crescimento de 0,8% no Vestuário. (Base: Igual período do ano anterior).
No mês de abril em 2014 a Produção Física do setor têxtil teve queda de 0,1% e houve queda de 1,6% no vestuário. (Comparando abr/14 com mar/14).
No comparativo abr.14/abr.13 o setor têxtil apresentou queda de 11,8% e o vestuário apresentou queda de 6,7%.
Fonte: Agência Último Instante
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INTERIOR DO BRASIL GASTA R$ 36 BI EM ROUPAS

É o que mostra a pesquisa encomendada pelo Sebrae e cujos resultados foram divulgados no dia14 de maio.

A fim de entender o comportamento de consumo dos moradores de cidades do interior do país, o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) encomendou pesquisa que mostra mercado com potencial de gastos de R$ 827 bilhões por ano, dos quais R$ 36 bilhões são destinados à compra de vestuário e confecções. A maior fatia dos gastos totais – R$ 265 bilhões – vai para a reforma da casa, revela a pesquisa, que teve parte dos resultados divulgada ontem, 14 de maio.
Para compor esse recorte do interior brasileiro, a pesquisa não incluiu 919 cidades que compõem regiões metropolitanas, como Guarulhos, ou municípios bem grandes, como Campinas. Resultou em um grupo de 4.619 cidades, das quais 4 mil têm até 50 mil habitantes, onde vivem 94,3 milhões de pessoas, ou seja, praticamente metade da população brasileira, indica o Instituto Data Popular contratado para realizar a pesquisa.
Segundo o Sebrae, o estudo confirma a existência de um mercado promissor para os pequenos negócios. “Além disso, a pesquisa mostrou que os consumidores no interior definem suas compras principalmente com base no preço e na qualidade e dão menos importância à marca”, declarou o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. O potencial de gastos desse universo corresponde a 38% do total de consumo do Brasil, aponta a pesquisa.
 
Fonte: http://www.gbljeans.com.br/noticias_view.php?cod_noticia=5288

quinta-feira, 12 de junho de 2014

SUSTENTABILIDADE - Invista anuncia Lycra® produzida a partir de fontes renováveis


 No último dia 6, a Invista, uma das maiores produtoras de polímeros e fibras do mundo e detentora da Lycra®, anunciou sua nova fibra: um fio de Lycra® produzido a partir de fontes naturais e que pode ser usado numa vasta produção de tecidos e roupas. Cerca de 70% do peso dessa nova fibra é formada por derivados de dextrose de milho, fonte renovável e que substitui o poliuretano, derivado do petróleo. O uso da Lycra® bio-derivada resulta em uma diminuição das emissões de CO2, além de mostrar-se uma boa opção para substituir 100% a fibra tradicional de poliuretano. 
Invista anuncia Lycra® produzida a partir de fontes renováveis

Apesar da mudança em sua composição, essa nova opção de fibra pode ser submetida aos mesmos tratamentos da Lycra tradicional e a empresa garante a mesma qualidade e durabilidade do fio. Arnaud Tandonnet, diretor global de sustentabilidade da divisão de vestuário da Invista, sobre o lançamento: “Nós estamos cientes que tópicos relacionados à sustentabilidade são cada vez mais importantes dentre os valores da indústria de tecidos e vestuário, com a crescente conscientização da população e construção sobre o assunto ao nível do consumidor, marca e varejo. Dentro dos nossos laboratórios, nós obtivemos sucesso em produzir a fibra e aplicá-la em tecidos. A produção em quantidades comerciais está planejada para a temporada de outono/inverno 2014 e primave/verão 2016”. 

Não é segredo que a indústria têxtil deixa enormes pegadas de emissões de carbono, além de outros prejuízos ecológicos, e que uma atitude isolada não salvará o planeta, porém é importante o comprometimento e a pró-atividade das pequenas e grandes indústrias para com as questões ambientais. Esse novo lançamento da Invista compartilha da mesma ideia do último lançamento sustentável da Rhodia e sua poliamida biodegradável. 

Fonte | Assinatura: MARINA COLERATO | FOTO: REPRODUÇÃO

quarta-feira, 11 de junho de 2014

Brasil e África são as inspirações para o Verão 2015

O Brasil inegavelmente é a bola da vez em meio a Copa do Mundo e às Olimpíadas que acontecem em 2016, por isso, nada mais natural que o olhos se voltem para toda a nossa natureza exuberante com a fauna, flora, paisagens marítimas e a cidade do Rio de Janeiro como destaque. Essa é a principal tendência apresentada para o Verão 2015 durante a 43 edição do Senac Moda Informação. As multietnias passeiam ainda pela África e seus tons terrosos, estampas de bichos e formas alongadas, mas há espaço também para arte geométrica do México e Peru. Os outros temas mesclam o romantismo e a sensualidade dos anos 20 em tecidos fluídos, transparências, babados, fitas, rendas e tons assovertados. E, por último, a tecnologia dos tecidos em looks inspirados no sportswear que já invadiu looks funcionais, com um quê futurista e toques do grafite em tons clássicos e urbanos como preto, branco, cinza e vermelho.

O evento em novo formato apresentou palestras mais compactas com profissionais de renome e a exposição de 70 looks pesquisados no mercado europeu, além de 25 peças em jeans com apoio da GB Lavanderia.

Conheça as apostas dos principais segmentos.

No feminino jovem a consultora Denise Morais destaca a sensualidade em vestidos mais ajustados, o toque esportivo em peças em neoprene, o colorido das etnias e o romantismo em tons suaves com inspiração nas lingeries. Peças-chave da estação: os tops croppeds, batinhas com bordados, rendas e tule na cor branca, camisetas com frases de efeito ou lúdicas, saias skaters, macaquinhos, macacões e estampas que passeiam entre os florais, principalmente a margarida, boquinhas, corações e o rosto do tigre. O jeans pode vir no delavê com marmorizados e as sarjas colors invadem calças e shorts com bordados e cintura no lugar.

No jeanswear feminino, o consultor Itaguaçu Ferreira aborda a importância do “denim art” com um forte trabalho de lavanderia em calças boyfriend ou skinnies. As várias tonalidades de azuis recebem tratamentos diferenciados valorizando as peças e conferindo ares luxuosos. A estamparia e as texturas vêm muito forte juntamente com os efeitos vintage como destroyers, desgastes, puídos, remendos, patchs e detalhes como couro, tachas, lantejoulas, correntes. Destaque para os resinados, metalizados, malha com aspecto denim com cara de moletom e inúmeros beneficiamentos e o denim raw somente amaciado que remete ao início do jeans.

No masculino o consultor Maurício Lobo destaca peças slims, malhas diferenciadas, detalhes e desgastes. As bermudas em sarja são mais justas e curtas e ganham uma infinidade de cores e estampas. E, o jeans vem com mistura de tecidos como a sarja, couro ou moletom.

 Sena Moda Informação - Verão 2015 - GB Lavanderia  Sena Moda Informação - Verão 2015

Sena Moda Informação - Verão 2015  Sena Moda Informação - Verão 2015



Fonte | Assinatura: VANESSA DE CASTRO | FOTOS: EQUIPE GUIA JEANSWEAR

terça-feira, 10 de junho de 2014

Tendência: Jeans curto e navalhado

O jeans nunca perde sua majestade, a tendência de inverno dita modelos mais curtos, com barras dobradas e pernas navalhadas para os dias mais frios da temporada. Quanto a modelagem, vale tudo: boyfriend, skinny e calçar com corte mais reto dividem os holofotes, desde que mantenham o ar "detonado".

Os modelos, constantemente vistos nas ruas de Nova York, Milão e Londres, fica bem com produções com toque masculino, botinhas (ankle boots ou modelos mais agressivos), saltos e super casacos.







segunda-feira, 9 de junho de 2014

O varejo de moda em transformação

Com o consumo de roupas, crescendo a um ritmo de 3,9% ao ano (em volumes de peças), estamos assistindo no Brasil uma forte expansão das redes de varejo de moda, aí incluídas as redes especializadas, como Ellus, Le Lis Blanc, Zara, Hering e outras, e lojas de departamento como C&A, Renner, Riachuelo e Marisa. Além delas, têm apresentado um ótimo desempenho na categoria vestuário, os canais Hipermercados e Lojas de Departamento não especializadas, mas que também vendem roupas, como por exemplo, Lojas Americanas, Magazine Luiza e Pernambucanas.
De fato, os estudos do IEMI Inteligência de mercado, sobre os canais de varejo de moda no Brasil, estão mostrando que o crescimento do consumo, turbinado pela melhor distribuição da renda, elevados níveis de emprego e maior facilidade de acesso ao crédito, tem sido capitalizado principalmente pelas redes de maior porte, que vêm apresentando uma forte expansão no mercado brasileiro, nos últimos cinco anos.
As pequenas lojas independentes, por sua vez, também conhecidas como pequeno varejo multimarca, compostas por mais de 118 mil pontos de venda espalhados por praticamente todos os municípios e que historicamente sempre se posicionou como o principal canal de venda de roupas no país, não tem se beneficiado da atual expansão da demanda interna pelo produto. Com um crescimento de apenas 5% em volumes de peças nos últimos cinco anos (2008 a 2012), este canal viu sua participação no mercado se reduzir de 44% para 37% do volume total comercializado e, embora ainda preserve a sua posição como principal canal de vendas para esta categoria de produto no Brasil, já não parece que esta posição poderá ser mantida nos próximos anos.
Ainda de acordo com os estudos do IEMI, este reduzido crescimento do varejo multimarca se deve muito à rápida expansão das lojas de redes, tanto as especializadas, quanto às de departamento, que se tornam cada vez mais onipresentes em grandes centros e, mais recentemente, em cidades de menor porte, ajudadas pela multiplicação dos Shoppings Centers em todo o país.
Cabe lembrar que quase 60% das lojas de shoppings comercializam roupas e que neles se encontram hoje, nada menos que 1/3 de todos os pontos de venda de vestuário no país. Porém, o elevado custo operacional de um Shopping Center, tem inviabilizado a sobrevivência da maioria das lojas multimarcas, que se vêm obrigadas a abrir mão do grande fluxo de consumidores gerados por estes centros de compra, e restringir suas operações no comércio de rua.
Para agravar ainda mais a já forte concorrência das lojas multimarcas, com redes de varejo, é notável o fato de que as lojas de departamento de moda vêm adotando soluções competitivas importantes, agregando cada vez mais valor aos produtos e à experiência de compra de seus consumidores, se permitindo trabalhar com produtos cada vez mais inovadores (fast fashion), diferenciados (coleções assinadas e licenciados) e desejados. Afinal, todos sabem muito bem que qualquer consumidor, independente do poder de compra, quer comprar o melhor que o seu dinheiro pode pagar e que, no caso brasileiro, a nova classe média pode mais e quer mais, criando uma imensa oportunidade para o crescimento das marcas de moda. As redes de varejo especializadas em vestuário tem feito muito bem esta leitura e tem tudo para continuar a crescer bem acima do crescimento médio do mercado.
Indicadores Econômicos
Com relação ao desempenho do mercado de vestuário, observamos que a venda do comércio varejista, como já era esperado, avançou de forma significativa no mês de dezembro. Em volumes físicos o avanço foi de 83,3% sobre o mês anterior e, em valores de venda, de 85,0%. No acumulado do ano, de janeiro a dezembro de 2013, houve alta de 8,8% nas receitas e de 3,5% nos volumes em peças comercializadas.
Por sua vez, a produção nacional destes artigos, em número de peças confeccionadas, apresentou um recuo de 37% em dezembro, quando comparado ao mês de novembro de 2013, o que é normal nesta época, pois marca o período de lançamento de coleções e férias coletivas no setor. No acumulado do ano, porém, o resultado voltou a ser negativo, com queda de (-) 2,9% em 2013, sobre o montante produzido em 2012.
As importações brasileiras de roupas, por sua vez, apresentaram crescimento de 5,3% em dezembro, acumulando alta de 9,1% no ano, em seus valores em dólares. As exportações também obtiveram alta de 7,9% no mês de dezembro, em relação ao mês anterior, embora no ano acumulado do ano tenham registrado nova queda, desta vez de (-)  2,7% (em dolares).

. Desempenho Vestuário Variação no mês 1 Variação Anualizada 2
  Vendas no Varejo (R$) 85,0% 8,8%
  Vendas no Varejo (Peças) 83,3% 3,5%
  Produção Industrial (Peças) -37,0% -2,9%
  Importações (US$) +5,3% +9,1%
  Exportações (US$) +7,9% -2,7%

Fontes: IEMI / IBGE / SECEX
            (1) dezembro 2014 / novembro 2014
            (2) janeiro-dezembro 2013 / janeiro-dezembro 2012

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Moda + Sustentabilidade


O combo Moda + Sustentabilidade não é assunto recente. Alvo de discussões (e polêmicas) frequentes nos últimos tempos, essa combinação tem sim, tudo para dar certo nos próximos anos. Hoje, a empresa que não demonstra sua preocupação com o meio ambiente, automaticamente perde para a concorrência que se preocupa. Os consumidores estão mais informados e o mercado, mais exigente.

Um dos principais problemas enfrentados pela indústria têxtil ainda é o gasto excessivo de água nas suas produções. E todos sabem que a falta de água é um dos principais problemas mundiais. Não só em outros países, mas principalmente aqui no Brasil, diversas regiões sofrem da seca. Então, como a Moda pode entrar nesse cenário para fazer o seu papel?


Muitos ainda não acreditam que a Moda possa ter um papel fundamental no âmbito social, mas aí está a prova. Ora, se a Moda é uma das indústrias que mais movimentam a economia mundial nos dias de hoje, porque não utilizar desse poder para influenciar os cidadãos?

Grandes marcas, como a Levi’s, apostam em inovações no mercado para sua diferenciação e destaque das demais. É o caso do projeto Levi’s Fashion Future 2025, um projeto-convite que procura fazer a partir de agora um mundo onde todos gostariam de estar vivendo em 2025 – e que, convenhamos, se continuar do jeito que está, não será possível. A mudança, neste ponto, não só é bem-vinda, como necessária.


Uma das primeiras ações da Levi’s foi o lançamento da linha Water, utilizando uma técnica de produção que reduz em até 96% o uso de água no acabamento dos jeans. Ela juntou-se também à ONG Water.org, organização que promove a distribuição de água e saneamento em comunidades carentes (hoje, mais de 1 bilhão de pessoas vive sem esse recurso), lançando a campanha: Go Waterless. Na campanha, as pessoas devem imaginar-se em um lugar onde não haja o mínimo de água e saneamento básico possível, para assim começar a poupar e fazer a sua parte. Falar sobre os problemas de falta de água, quando se tem o recurso em abundância, é muito fácil. Difícil é quem passa pelo problema na pele.


Há também a coleção Waste<Less, com jeans feitos, no mínimo, com 20% de material reciclado, utilizando uma média de 8 garrafas por peça. Só para a produção das peças de Primavera 2013, foram utilizadas mais de 3,5 milhões de garrafas PET recicladas. Uma boa quantidade para se tirar do lixo jogado no meio ambiente, não? (fonte: Hypeness)

Além da Levi’s, outras marcas investem na nova tendência da indústria: roupas ecológicas. Marcas reconhecidas no território nacional, como Osklen, Colcci, Goóc, Hering, Malwee e muitas outras, utilizam-se de materiais orgânicos e produções sustentáveis para compor suas araras.

O presidente do Sinditêxtil-SP, durante o Salão Moda Brasil, em 2012, já falava sobre a preocupação com o mercado brasileiro sustentável: “O varejo brasileiro é um dos que mais cresce no mundo e a imagem internacional do design brasileiro vem crescendo. É importante, então, investir em novos produtos, com tecnologia, design e respeito às normas ambientais”, afirma. Talvez um dos maiores desafios para os empresários de moda brasileiros que trabalham com fast-fashion seja a grande demanda de produtos novos semanalmente e, consequentemente, os gastos absurdos necessários para suprir “sustentavelmente”. Mas você sabia que há diversas maneiras de mostrar-se ambientalmente correto?


De acordo com os princípios sustentáveis, a fabricação da roupa ecológica foca em duas coisas: na matéria-prima reciclada ou orgânica, cultivada sem agrotóxicos ou produtos químicos que ferem o meio ambiente; e no processo de produção com menor impacto ambiental. Há também outra maneira de agir sustentavelmente, que é adotar um sistema de produção socialmente responsável, procurando parcerias com comunidades locais e cooperativas e ficando longe de trabalho escravo ou infantil.


Para sobreviver àos desafios do mercado, é preciso manter-se informado, pesquisar, inovar e buscar sempre diferenciar o seu produto, agregando valor, mostrando-se socialmente responsável e ambientalmente correto. Preserve o meio ambiente, cuide de quem sempre cuidou de você! 

Matéria: Lorena Bezerra
Fotos: Reprodução  
http://www.profissaomoda.com.br/materias/2014/05/moda-sustentabilidade

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Especialistas determinam tendência de cores na moda

Backstage da 2nd floor no Fashion Rio 2013/2014. Foto: Agência Fotosite
Na indústria da moda, como em qualquer outro segmento, planejamento é fundamental para a potencialização dos lucros. Com isto, o prognóstico de cores tornou-se um grande negócio, causando impacto não só no setor de vestuário como nos de cosméticos, utilidades domésticas e automóveis.
Para a análise de dados que resultará em um prognóstico, os especialistas observam e interpretam o contexto sociocultural subjacente e indicam uma provável direção que as cores vão seguir.

Erros de aposta sempre custam caro, portanto, é preciso antecipar ao máximo e buscar precisão. Para tanto, os especialistas em prognóstico de cor para a indústria da moda coletam informações em todas as partes do mundo sobre mudanças de interesses do mercado em relação às cores.

Os principais corpos consultivos de cores são o British Textile Colour Group, o International Colour Authority (ICA), o Color Association of the United States (CAUS) e o Color Marketing Group (CMG). Os prognósticos resultantes são baseados em análises e interpretações de preferências feitas em diversos setores do mercado, a fim de se criarem famílias de cores como resultado das pesquisas.

Existem ciclos de cores de curta ou longa duração e para que projeções sejam possíveis os especialistas usam intuição, experiência e matemática. Momentos de prosperidade econômica vendem bem cores vivas e pouco comuns.

Por outro lado, em tempos austeros as pessoas se comportam de maneira mais conservadora em relação ao consumo, escolhendo, então, tons que tendem a ser mais escuros.

Backstage da Salinas no Fashion Rio 2013/1014. Foto: Agência Fotosite
Outro dado interessante e muito relevante é o fato de as cores mudarem com mais velocidade na moda feminina do que na masculina. Além disso, sabe-se que modas que retornam costumam trazer consigo um revival da família de cores que acompanhava os modelos originais. 
Portanto, é evidente a relevância destes conteúdos para que o estilista tenha uma produção coerente com a linguagem do seu tempo, e suas coleções resultem sucesso.

Por Ana Carolina Steil
Pós graduanda em Mídia, Moda e Inovação no Senac/RS e publicado no http://textileindustry.ning.com


quarta-feira, 4 de junho de 2014

Armazenamento das linhas de costura adequado garante a qualidade


O armazenamento das linhas de costura quando não é feito de forma adequada, pode afetar o desempenho do material. Para que a linha mantenha a boa costurabilidade ela deve ser bem cuidada, especialmente porque entre a compra e o uso há um tempo em que ela fica parada, armazenada. Por isso, o material deve ser guardado em condições adequadas e monitoradas. Isso evita a degradação do item por sujeira, luz, umidade, calor, entre outro.


Você sabe qual é a maneira correta de fazer o armazenamento das linhas de costura? Para auxiliá-lo, abaixo seguem algumas dicas simples que aumentam a vida desses materiais:

- Armazene as linhas em local limpo e livre de poeira;
- As linhas devem estar guardadas em local próximo ao chão de fábrica. Isso faz com que o material esteja acessível e demande menos tempo para buscá-lo;
- As linhas, de algodão ou sintéticas, que não estejam em uso devem ser mantidas em local onde a poluição (fumaça, vapores e gases) seja a menor possível. A exposição das linhas a gases como o óxido de nitrogênio pode provocar o amarelamento das cores mais claras, como o branco.
- A área de armazenamento das linhas de costura deve possuir corredores limpos, prateleiras e suportes que facilitem a organização.

Fonte: Site Coats Industrial

terça-feira, 3 de junho de 2014

Sete tendências de consumo mundial

Tendências remetem a fenômenos sociais de grande envergadura que apresentam uma série de características determinadas

Hoje vamos dividir com vocês algumas tendências que estão agitando o mercado e prometem render ainda mais discussões ao longo do ano. As tendências, tal como entendemos aqui na Interbrand, remetem a fenômenos sociais de grande envergadura que apresentam uma série de características determinadas: continuidade no tempo, por exemplo, é uma de suas principais. Na verdade, é justamente a permanência e a repetição que faz com que um fato se torne tendência.

O que nos interessa então, do ponto de vista de marca, não é o que podemos esperar de novo nas atitudes dos consumidores, mas sim quais são as questões que vêm definindo os hábitos de consumo que se desenrolam com mais força, qual encontrará seu ponto de maturação mais saliente, qual afetará seu negócio e, em última instância, se algumas dessas questões observadas vão, pouco a pouco, deixar de existir.

Podemos mencionar sete fatores que estiveram presentes no ano passado mundialmente e que ainda estão em pauta no mercado brasileiro e internacional:

1. O consumidor no poder

Muito se tem dito do novo papel do consumidor, considerando o auge das comunidades digitais, embora pouco se tem feito, efetivamente, com esta informação. Com essa nova posição do consumidor nos negócios, muitas marcas começaram a utilizar as redes sociais, contrataram especialistas para que as gerenciassem e dedicaram muita energia e investimento para alcançar a fluidez nas conversas. No entanto, são poucas as marcas que atribuem real valor a esse ponto: não se trata unicamente de estar, de interagir, de postar imagens lindas de produtos; se trata, principalmente, de ouvir e atuar em consequência dos insumos fornecidos pelo público. O modelo B2C havia sido destronado por aqueles que sugerem uma aproximação B&C e hoje, para o novo cenário, será B=C a nova fórmula para entender a relação que os usuários estabelecem com suas marcas

2. Transparência

Se alguém quer saber algo, vai atrás, vão lhe dizer ou não. Cada vez mais as pessoas querem conhecer a fundo o que consomem e buscam interagir com marcas e produtos que atendem às suas próprias normas. O que ocultamos de nós mesmos, será justamente o que eles trarão à tona, de uma forma – geralmente – mais grave do que corresponde a realidade. A transparência implica em um diálogo aberto entre marca e consumidor; e a honestidade se demonstra cumprindo consistentemente com a promessa de marca. Fornecer informações valiosas (sobre os aspectos positivos e também sobre os negativos), relevantes e diretas, sem ambiguidades ou que possam despertar dúvidas e ceticismo, é a chave para um relação duradoura.

3. Novos Referenciais

Instituições, partidos políticos e líderes de opinião já não são tão capazes em gerar confiança; as referências mais confiáveis passam a ser as pessoas próximas no cotidiano dos consumidores, que aos seus olhos, demonstram honestidade. Os blogs são um grande exemplo deste ponto, e os fóruns de discussão apresentam outro caminho para a construção dessa relação de confiança. Subjacente a essa tendência é a ideia das marcas se posicionarem de maneira mais humanitária, o que pode vir a ser muito mais relevante para os usuários: estabelecer uma relação com uma marca mais humana do que com uma entidade impessoal e abstrata.

4. Smart shopping

Hoje estamos vivendo uma época em que as marcas ajudam a racionalizar a compra através de todas as ferramentas e formatos digitais disponíveis. Aquela que busca ajudar o consumidor a medir seus gastos e fazê-los de forma inteligente, são as que buscam um lugar no coração deste consumidor. Assim, a compra inteligente está relacionada com a ideia de investir menos do dinheiro necessário, mas também menos esforço: poupar dinheiro e/ou tempo. As marcas que implementam esse tipo de ação se convertem naquelas que dão ao consumidor a possibilidade de ter muito mais de seu produto querido: tempo livre.

5. Menos é mais

Em vista das preocupações cotidianas, as marcas que almejam altos níveis de eficiência e pragmatismo serão aquelas que estarão alinhadas em profundidade com as situações que a maioria dos consumidores enfrentam. Menos é mais aponta, principalmente, para a forma como as marcas comunicam e entendem sua própria realidade. Após a ascensão do Twitter e de seus 140 caracteres, todas as marcas deveriam experimentar sintetizar suas propostas a partir desta perspectiva, mesmo que seja como um exercício que ajude a seleccionar com maior precisão o conteúdo de cada uma das palavras que elas escolhem para se auto-definirem.

6. Em busca da felicidade

Encontramos este tipo de comportamento ao longo de toda a história da humanidade. O que o torna particulamente atrativo hoje é que o vemos mais e mais, a felicidade está diretamente relacionada ao bem estar. A felicidade já não se apresenta como uma única meta difícil de se alcançar. Hoje há uma fragmentação na busca, há momentos felizes todos os dias. Este tipo de micro-felicidade, está muito mais atrelada com o hoje e menos com o amanhã; muito mais vinculada com situações concretas que com um estado permanente. Se trata de uma revalorização do cotidiano, dos vínculos genuínos, do desfrute daquelas coisas que são capazes de nos fazer sorrir.

7. A 3º Revolução feminina

As gerações atuais têm testemunhado como as mulheres conquistaram maior relevância na sociedade e como elas assumem cada vez mais papéis de liderança, convertendo-se em autoridade máxima seja dentro de uma empresa ou frente a um país. No entanto, vemos que diversas marcas, de todas as indústrias, ainda seguem nos mostrando mulheres que só limpam a casa, cozinham ou só se interessam por fazer compras e jamais pretendem ser as protagonistas de um comercial de bebida alcóolica. Essa atitude tendenciosa, principalmente no mercado argentino, inviabiliza as outras mulheres, as fortes, decididas e independentes, que estão presentes em diversos países e culturas, revolucionando o mundo. O problema aqui não é mostrar uma mulher fazendo tarefas domésticas. O problema é mostrar as mulheres apenas fazendo isso, sendo elas as mais bonitas da festa, vaidosas e atentas com o mercado de moda. Os grandes centros de análises de tendências do mundo trazem a tona a discussão de uma 3º revolução feminina: primeiro a luta pelo direito ao voto, depois a luta por igualdade, e hoje a luta por repensar o mundo a partir da liderança feminina. Não se trata do mundo tal como construído pelos grandes homens da historia, mas sim um mundo novo, construído por elas, à sua medida.

Em síntese, essas são as principais macrotendências que começaram a fazer barulho nos últimos tempos e que seguirão em vigência nos próximos meses. O que resulta de interessante em uma abordagem macro é o monitoramento que se segue dessas questões, representando uma ferramenta poderosa, talvez a mais poderosa para as marcas que buscam manter a liderança, construir ou apenas sobreviver

Fonte: Fonte: http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/sete-tendencias-de-consumo-mundial?