sexta-feira, 25 de abril de 2014

Forever 21 & fast fashion & padronização da moda

Alvoroço total no consumo carioca e paulista com a chegada da Forever 21. Filas enormes com pessoas chegando mesmo antes do shopping abrir para poder entrar na loja, e o Village Mall (RJ) que é destinado ao mercado de luxo, possui um mix das mais conhecidas marcas internacionais deste segmento, nunca teve um fluxo de pessoas como ontem. Seguranças espalhados na porta da Forever 21 e também na porta das lojas próximas. Loucura total!!!!!! Exceto nas lojas das marcas de luxo consagradas que nada tinham a ver com este movimento no shopping. Mas qual é o motivo desta euforia?

A força do fast fashion da Forever 21

Na realidade a rede de lojas Forever 21, pratica muito bem esta estratégia. Roupas mais baratas e de pouca durabilidade, porém trazendo sempre novidades em suas vitrines. Além disto a loja possui excelente visual merchandising fazendo com que seu consumidor tenha uma experiência "in store" que o leva à comprar e ter a sensação de comprar um produto "diferenciado" "exclusivo" e "fashion".

Seu público alvo, os jovens, vem cada vez mais dando importância a produtos eletrônicos, smartphones, computadores, Ipads, Iphones e etc.., fazendo com que sobre menos renda para consumo de roupas. E esta estratégia do fast fashion é perfeita neste mercado.

Nos EUA por exemplo a grife Abercrombie, vem perfomando mal, e perdendo mercado para Forever 21, já que seus produtos são mais caros porém tem maior durabilidade. Em recente entrevista publicada ela admite mudar de estratégia, pois vem perdendo mercado a cada dia.

O sucesso da Forever 21 no EUA, foi importante para tanta euforia brasileira. Sabemos que nos últimos anos a quantidade de Brasileiros em viajem aos EUA bateram recorde e com certeza esta foi um dos destinos frequentados para compras. Tudo isso fez com que a chegada ao Brasil fizesse tanto sucesso.

A padronização da moda

Contribuindo para este sucesso em sua inauguração no Brasil, é o fato de que hoje existe uma certa padronização das coleções em nosso país, a globalização fez com que as tendências de moda fossem mostradas mais rapidamente.

Desta forma , ainda que não seja um profundo conhecedor da profissão de estilista, os anos de experiência vivido como executivo em algumas grandes cadeias de varejo de moda me credenciam como um profissional possuidor de uma sensibilidade capaz de analisar os estilos de roupas com uma visão mais comercial.

Assim, após uma análise bem critica, de várias vitrines, concluo que os modelos de roupas expostos na maioria das lojas tem quase sempre a "mesma cara". O preço varia de acordo com a marca, e em muitos casos na média estão bem equiparados, até porque como a "cara das roupas" são parecidas o consumidor não esta disposto a pagar muito caro por determinado produto. Exceto em caso de marcas de luxo, que tem um outro tipo de consumidor com outras expectativas/desejos e suas roupas tem uma qualidade bem superior com exclusividade.

Quais as implicações para o mercado de moda no Brasil?

As marcas de roupas que possuam menores cadeias, e que tenham os jovens como seu público alvo deverão sentir mais. No preço não poderão competir, então resta o estilo, criatividade, fazer mais do mesmo e tentar vender mais caro ficará insustentável.

E as grandes lojas de departamento? Estas já vem procurando mudar de estratégia há algum tempo. Parceria com estilistas famosos para criação exclusiva de coleção para vender em suas lojas ganham cada vez mais destaque. Foco no visual merchandising é outro ponto que vem ganhando atenção. E é bem provável que a venda de outras marcas independentes em suas lojas, se fortifique como acontece nos EUA.

Por último posso afirmar que a festa esta acabando. O mercado vai ser de gente grande, que tenha administração profissionalizada, ou que crie algo diferente. Foco na marca também é fundamental. Outros pontos importantes são o visual merchandising e o store design, além do uso das mídias sociais como criador de conteúdo para seu consumidor, fazendo com que repercuta num aumento de vendas de suas coleções.

Por Haroldo Monteiro - http://www.sidneyrezende.com/

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