quarta-feira, 19 de março de 2014

Fashion Detox: movimento quer fim de produtos tóxicos na moda

A campanha Fashion Detox foi lançada pelo Greenpeace, é alimentada por mais de meio milhão de pessoas, e exige produtos de moda livre de tóxicos e a preservação da água limpa. Ao assinar o Manifesto Fashion Detox você está participando de um movimento global, exigindo a moda sem poluição.



A iniciativa de desintoxicação foi difundida em 2011 para expor as ligações diretas entre marcas de vestuário global, os fornecedores e a poluição de água ao redor do mundo. De acordo com o movimento, se os consumidores se juntarem, será possível desafiar algumas das marcas de vestuário mais populares do mundo a trabalhar com seus fornecedores e eliminar todos os lançamentos de produtos químicos perigosos na água.

O trabalho de campo e de pesquisa realizado em países tradicionalmente produtores de artigos têxteis, juntamente com os testes de peças de vestuário de marcas famosas em busca de vestígios de produtos químicos perigosos, resultaram no lançamento de relatórios que revelam a verdade tóxica por trás das roupas.

A “chamada” para a moda feita sem poluição também tem ecoado por grandes nomes no cenário da moda, incluindo designers, modelos e blogueiros. As iniciativas podem ser acompanhadas no blog da ONG, e traz tanto informações interessantes, quanto assustadoras.

A campanha tem sido capaz de assegurar compromissos públicos de diversas marcas internacionais, entre elas: Nike, Adidas, Puma, H&M, M&S, C&A, Li-Ning, Zara, Mango, Esprit, Levis, Uniqlo, Benetton, Victoria’s Secret, G-Star Raw Valentino, Coop e Canepa. Para essas empresas, o foco agora se volta para a criação dos planos de eliminação das substâncias mais perigosas e nocivas à saúde humana e ambiental, bem como proporcionar maior transparência sobre os produtos químicos que seus fornecedores liberam atualmente nas águas.

Em outubro de 2013 o Greenpeace Internacional lançou a passarela Detox, uma plataforma capaz de avaliar as medidas tomadas pelas empresas de vestuário sobre os compromissos de desintoxicação. A passarela revelou que, enquanto principais nomes como H&M, Mango e Uniqlo estavam combinando declarações com ações concretas, Nike, Adidas e Li-Ning estavam falhando no cumprimento das promessas.

Como globais players, marcas internacionais são pressionadas a eliminar os impactos ambientais negativos da produção, visto que eles tem poder de barganha junto aos fornecedores, desde o design dos produtos ao controle que podem exercer sobre os produtos químicos utilizados durante os processos de produção.

No site, encontramos apenas uma menção ao nosso país: um depoimento de Oskar Metsavaht, fundador da marca Osklen.

"É imperativo introduzir as melhores práticas na indústria da moda porque ela emprega mais de 30 milhões de pessoas ao redor do mundo e contribui significativamente para o consumo relacionado a terra, a água e a energia. No entanto, ao mesmo tempo, a moda é uma ferramenta de comunicação contemporânea que pode ser usada para causas que ajudem a preservar o planeta. A campanha do Greenpeace alerta sobre a necessidade de desintoxicação neste setor, assim como as camisetas da Osklen as fazem, ajudando a criar uma consciência de sustentabilidade."

Por Maria Alice Rocha
Doutora (PhD) em Design de Moda
http://textileindustry.ning.com/forum/topics/fashion-detox-movimento-quer-fim-de-produtos-t-xicos-na-moda?xg_source=msg_mes_network

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