Como renovar o jeans neste período de forte crise e em um mercado em que a concorrência está ainda mais forte?
Alguns dos principais protagonistas do setor encontraram-se no último dia 14 de junho no coração de uma das províncias italianas mais importantes para a história do denim, perto de Treviso (Nordeste da Itália), para tentar encontrar ideias e soluções para fomentar o aperfeiçoamento do jeans. Dentre os participantes da mesa redonda organizada pelo grupo Isko, um dos principais fabricantes de tecidos denim, não só com a colaboração do Denim by Première Vision, Elio Fiorucci, mas também do pioneiro do jeans italiano, Adriano Goldschmied.
"O mercado está cada vez mais competitivo e segmentado. Do lado dos jovens, agora também há consumidores mais sofisticados com um poder de compra maior. Por outro lado, a ecorresponsabilidade tornou-se um elemento importante. Estes são os desafios aos quais temos de responder, criando novas emoções e atrativos com uma nova geração de produtos", analisa o fundador do Genius Group, Adriano Goldschmied, o qual vê na pesquisa e no desenvolvimento "a chave fundamental para dar forma ao futuro do denim".
"Hoje, produtores e designers não bastam mais para si mesmos. Nós temos 65 engenheiros químicos, físicos e outros, que estão a trabalhar na pesquisa e que procuram se conectar a outras áreas, para aperfeiçoar os tingimentos. Para nós, as grandes tendências futuras do denim são a pesquisa de um conforto maior para a mulher e a introdução da elasticidade nas peças masculinas. A outra fronteira é a da antecipação das necessidades do mercado", aponta Marco Lucietti, diretor de marketing da Isko.
Com esta óptica, o fabricante revolucionou sua abordagem não só se focalizando mais na base de sua clientela constituída pelas marcas, mas também mirando diretamente o cliente final. Na verdade, para compreender melhor tais necessidades, a empresa está investindo centenas de milhares de euros em estudo de mercado.
"A pesquisa é a base, mas o grande desafio é continuar conectado à geração dos mais jovens, aqueles que chamamos de 'cool kids', e mergulhar neste mundo", acrescenta Vladimiro Baldin, diretor de desenvolvimento de produtos e coordenador de estilo na Diesel. Com a chegada ao grupo do novo diretor artístico Nicola Formichetti, este novo processo criativo foi levado ao extremo.
"Antes, nós tínhamos a tendência de proteger nosso contexto criativo. Nos últimos anos, descobrimos o poder da partilha, abrindo-nos para todos os tipos de extensões, do mobiliário ao universo das duas rodas etc. O aspecto mais fascinante é deixar a ideia emergir deste caos. O mais difícil é administrar este caos de maneira soft", continua.
Para Vladimiro Baldin, a maneira de trabalhar e de criar no setor do denim mudou radicalmente. "Estudar a moda e viajar não são mais suficientes. O mundo está a evoluir rápido demais. É preciso estar conectado continuamente", conclui ele. Outra saída é proposta pela estilista britânica Katharine Hamnett, que convida os países europeus a revalorizar suas produções locais.
"Isso iria permitir a preservação da manufatura de alguns países, como a Itália, evitando a perda de seu importante savoir-faire, criando empregos. Ao contratar, as marcas aumentariam assim o poder de compra dos jovens, que hoje não podem se permitir comprar um par de jeans", conclui ela.
Fonte: http://pt.fashionmag.com/news/Qual-e-o-futuro-para-o-denim-,336442.html#.UcmldPmyD6t
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