segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O "mercado" de roupas falsas

O mercado brasileiro é receptivo aos produtos falsificados de grifes: com um governo omisso, as marcas têm que lidar com essa realidade normalmente sozinhas.

Apreensões por todo o país este ano apontam um fato que já imaginávamos: o Brasil é um prato cheio para o mercado ilegal de roupas e acessórios falsificados. A grande extensão costeira e de fronteira (o que torna difícil a fiscalização), é um dos fatores para essa realidade, mas, mais do que isso, é o amplo mercado consumidor que favorece o mercado de peças falsificadas. Um público com poder aquisitivo menor, mas desejoso de grifes badaladas, é o alvo dos falsificadores.

 É no interior do país que ficam alguns dos maiores centros de produção de roupas falsificadas. A cidade de Jaraguá, em Goiás, é quase uma espécie de "pólo" produtor  - em agosto, uma operação da polícia apreendeu toneladas de roupas desse mercado oculto.

Entre os problemas que a roupa falsa causam na indústria, está a evasão de impostos e as indústrias lícitas não conseguem competir com os produtos de preço muito baixo. O consumidor deve entender que, quando compra uma roupa falsificada, está financiando um crime. E isso afeta empresas não apenas nos lucros mas em sua reputação - quem vai querer comprar uma peça cara que possui cópias em qualquer camelô?

Dudalina é a marca brasileira mais falsificada atualmente - Foto: IG economia
A Dudalina, a marca nacional mais pirateada do mercado, gasta cerca de R$1,2 milhão por ano, segundo o IG Economia, para combater a pirataria. Na mesma reportagem, Rui Heiss, diretor de varejo da marca, afirma que a falta de ação do governo é o que beneficia o comércio "escancarado" dos produtos ilegais. Resta à marcas combater a pirataria de seus produtos.

Estima-se que os produtos falsificados representam 10% de todo o comércio mundial. Isso mostra a importância do branding para a moda - a marca é o que fala mais alto, e a logomania ainda impera no universo da moda. Segundo Mark Tungate, no livro "Marcas de Moda", os artigos que têm o logo com muita importância como Gucci, Chanel, Burberry ou Louis Vuitton parecem "pedir para serem copiados". Não faria sentido imitar algo discreto da Bottega Veneta, por exemplo, que tem sua assinatura em outro lugar que não em iniciais visivelmente colocadas no produto.

A indústria de cosméticos, ao contrário da confeccionista, não vê grande ameaça com seus concorrentes ilegais. Segundo a Adipec - Associação dos Distribuidores e Importadores de Perfumes, Cosméticos e Similares, o mercado de cosméticos falsificados está no Sul e Sudeste do país, consumido pelo público de baixa renda e é facilmente combatido através do controle dos locais onde são vendidos, como camelódromos. Conta também com um "mercado desprezível" - marcas como a Dudalina não têm a sorte de afirmar a mesma coisa. 

Via Vivian Berto (http://tendere.blogspot.com.br/2013/12/o-mercado-de-roupas-falsas.html)


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