quarta-feira, 19 de junho de 2013

ECONOMIA NO BRASIL - Perspectiva para os próximos 6 meses

Acompanhar a percepção do cliente de como anda o pais em termos econômicos e como este sentimento impacta o consumo é importante para o empresário, por que permite desenvolver estratégias e se preparar para uma possível queda de consumo.
Esse relatório reúne aspectos relevantes sobre endividamento do consumidor, evolução do mercado de trabalho, intenção de consumo das famílias, perspectivas relativas a inflação e a expectativa do consumidor. Os aspectos analisados permitirão uma perspectiva de curto prazo para o segundo semestre de 2013 de maneira a ajudar o empresário no desenvolvimento de ações adequadas às perspectivas do consumidor brasileiro.

ENDIVIDAMENTO DO CONSUMIDOR

O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em abrilde 2013, apontou que a expectativa do consumidor em termos de endividamento para os próximos três meses é menor em 2,5% se comparado ao mês de abril de 2013 e menor em 0,6% se comparado com abril de 2012 (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, 2013). 

O relatório de Inflação publicado em março passado pelo Banco Central relatou que em fevereiro deste ano houve 6,7% de cheques com insuficiência de fundos, quando no mesmo mês de 2012, foram 6,4%. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).
Já pesquisa realizada pela Confederação Nacional Do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) 
mostrou que o endividamento aumentou em Abril de 2013, alcançando o maior patamar desde julho de 2011. As políticas de estímulo ao crédito impactam nos níveis de endividamento desde o segundo semestre 
de 2012, porém o percentual das famílias que se acham muito endividadas permanecem em patamares baixos. Os indicadores de inadimplência está abaixo do mesmo período de 2012 e o percentual das famílias que apontam capacidade de pagar suas dívidas está em patamares favoráveis. Apesar de as famílias estarem mais endividadas, em função das facilidades de acesso a crédito, mantêm-se praticamente inalterado o percentual de famílias que não conseguem pagar suas dívidas.

MERCADO DE TRABALHO

Segundo o relatório do Banco Central (BC), que utiliza a Pesquisa Mensal de Emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de janeiro de 2013, a taxa de desemprego atingiu 5,4%. 
No trimestre anterior foi de 5,5% o que demonstra leve aumento do emprego no país. Ainda no relatório do BC, apoiando-se em informações do Cadastro Geral de Empregados e desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), houve uma redução de 421,9 mil postos de trabalho no trimestre avaliado de novembro de 2012 a janeiro de 2013. O rendimento médio real do trabalhador cresceu 6,6% no trimestre de novembro de 2012 e encerrado em janeiro se comparado com igual período do ano anterior.
Porém, segundo o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) da CNI a expectativa de desemprego para os próximos 6 meses, aumentou em abril em 1,8% se comparado ao mês anterior e 2,1% se comparado a abril de 2012. Já no que se refere a renda, a expectativa apontada pelo INEC em abril é de queda de 4,1% se comparado com a expectativa apontada em março de 2013 e de 0,9% se comparado a abril de 2012 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013). As informações sinalizam uma tendência de desaquecimento da economia, o que pode impactar a capacidade de compra do consumidor. Assim, o empresário do vestuário deve acompanhar atentamente a situação, percebendo se o potencial comprador está diminuindo seu volume de compras com a preocupação de poupar para uma eventual perda de sua capacidade de compra.

INTENÇÃO DE CONSUMO

Segundo estudo o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), a confiança do consumidor apresentou tendência de queda em abril de 2013, recuando 1,9% se comparado com março, configurando-se na quarta queda dos últimos cinco meses, o pior resultado desde agosto de 2011 (CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA, 2013).
Segundo o mesmo relatório, a queda do Índice Nacional de Expectativa do Consumidor se deu principalmente em decorrência das expectativas de inflação. As expectativas também diminuíram em relação a renda futura e houve piora da avaliação sobre a expectativa da situação financeira e endividamento, o que é compreensível em função da preocupação inflacionária apresentada.

Portanto, quando se avalia os aspectos apontados em relação ao consumidor, endividamento, percepção 
inflacionária, expectativas com relação ao mercado de trabalho, pode-se notar preocupação com a situação geral da economia e diminuição das perspectivas em médio prazo, principalmente em função da pressão inflacionária. O nível de confiança do consumidor começa a apresentar tendência de queda.
Se as medidas já tomadas pelo Banco Central (diminuição taxas de juros, expansão de linhas financiamento etc.) não reduzirem a inflação nos próximos meses a tendências é que as expectativas de consumo piorem. Relembrando que com a pressão de proximidade de eleições para o governo, deverá ocorrer nos próximos meses um maior esforço do Banco Central no controle da inflação, o que poderá gerar aumento das taxas juros, impactando negativamente o consumo, em função da elevação do crédito. De qualquer forma, é importante perceber que nos próximos seis meses não deverá ter quedas significativas de consumo, já que o volume de pessoas que se mostram sem condições de pagar suas dívidas não estão em níveis preocupantes. 
Assim, o momento requer do empresário do setor de vestuário a percepção do comportamento de seu consumidor, observando mudanças no volume de consumo ou mesmo na forma de pagamento, dificuldade de comercialização e outros sinais que identifiquem. Os próximos seis meses requerem cautela e observação das tendências de consumo, além do desenvolvimento de planos que possam estabelecer estratégias para o caso de diminuição da perda do poder de compra das famílias brasileiras

Nenhum comentário:

Postar um comentário