Logomarca do Projeto Promoda Sudoeste 2015. Fonte: Sinvespar |
PROMODA SUDOESTE 2015
Para que as
empresas do vestuário da região Sudoeste do PR não fiquem estagnadas, consigam
superar a concorrência desleal de outros países (principalmente a China) e
continuem contribuindo com o equilíbrio da economia regional tornou-se indispensável
a adoção de novos métodos de produção que ultrapassem o simples “saber fazer” e
evoluam para “saber criar e saber fazer”. Essa necessidade de adaptação foi
sentida pela APL (Arranjo Produtivo Local Moda Sudoeste), assim como pelos
empresários e comunidade da região.
BREVE HISTÓRICO DA INDÚSTRIA DO VESTUÁRIO NO SUDOESTE PARANAENSE
Em meados da
década de 70, com as mudanças significativas na estrutura socioeconômica do
país, alguns fatores contribuíram para a mudança no setor de confecção, a
exemplo o início do êxodo rural e a inserção da mulher no mercado de trabalho. Ao
mesmo tempo, o Sudoeste do Paraná contava com municípios ainda muito jovens
(com cerca de 10 a 20 anos de emancipação política) e com população
predominantemente de imigrantes alemães e italianos, os quais, com os chamados alfaiates,
deram os primeiros passos para o início da história do vestuário no sudoeste
paranaense. Esses, impulsionados pela demanda de uma região que estava prosperando
economicamente devido à mecanização agrícola, viram no vestuário uma boa
oportunidade de crescimento em escala industrial.
Assim surgiram
as primeiras unidades industriais na região, caso da pioneira Krindges, em Ampére
(1977); Raffer, em Francisco Beltrão (1978); Alfaiataria Adélia Blazius, em
Santo Antônio do Sudoeste (1970) e a Blazius & Blazius, com unidades em
Santo Antônio do Sudoeste e Toledo (1979). O sucesso destes primeiros
empreendimentos motivou o surgimento de tantos outros que estão presentes em 31
dos 42 municípios da região.
Ainda, o desenvolvimento
do setor motivou outras indústrias que se desenvolviam na mesma época. Assim surgiram
os primeiros profissionais de manutenção e conserto de máquinas, os primeiros
cursos de formação para operadores de máquinas, a promoção e divulgação do
setor com os primeiros eventos regionais (o primeiro desfile de peças
fabricadas na região, assim como a primeira mostra pública dos produtos aqui
fabricados e o começo das viagens a feiras especializadas ocorreram em 1994), e
o início das oficinas de tendências de coleções (1995).
A década de 90
foi significativa para o setor, já que começou no cenário de um Brasil em crise
devido ao processo de abertura econômica no país, e com isso, um intenso
processo de reestruturação industrial. Muitos ex-funcionários de indústrias que
possuíam algum conhecimento no ramo adquiriram máquinas e equipamentos para
montarem o próprio negócio. Por outro lado, as empresas que resistiram se
reestruturaram e atualmente despontam como âncoras em seus municípios. Já no
final dessa mesma década o setor estava novamente reaquecido, portanto, novos
empreendedores - inclusive de outras regiões - foram atraídos como fornecedores
de matéria-prima, serviços e mão-de-obra especializada, o que tem contribuído
para melhorias das unidades industriais.
Na virada do
século, o setor de confecção da região reescreve a sua história. A união dos
empresários, prefeituras dos municípios produtores, sindicatos da categoria, as
entidades SENAI, SESI, SEBRAE, faculdades e instituições financeiras
desencadearam-se em várias atividades articuladas em prol do desenvolvimento
sustentável. Ainda, o setor é reconhecido pela sua organização e ações
associativas, o que tem proporcionado a instalação de projetos que qualificam
pessoas e também facilitam linhas de investimento para a expansão produtiva.
ESPECIALIZAÇÃO PRODUTIVA
O APL da
Confecção Moda Sudoeste desenvolve e produz com excelência toda a linha de moda
masculina, desde moda íntima até ternos e outras peças mais elaboradas.
A fabricação
de jeans (para todos os segmentos) iniciou em meados da década de 80 com a
indústria Latreille e vem ganhando espaço, tanto para marca própria quanto para
PL (private label) e facção.
Em parcelas
menores temos a malharia, moda íntima, moda festa e infanto-juvenil, assim como
linha de uniformes escolares e coorporativos que também crescem e contribuem
para o índice: estima-se que na totalidade, a região produza atualmente em
torno de 1.700 milhões peças/mês.